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Carboximaltose Férrica

Sobre este Remédio

Carboximaltose Férrica, para o que é indicado e para o que serve?

Este medicamento é indicado para o tratamento de pacientes com deficiência de ferro quando as apresentações orais de ferro não são eficazes ou não podem ser utilizadas. O diagnóstico deve basear-se em exames laboratoriais apropriados.

Quais as contraindicações do Carboximaltose Férrica?

Carboximaltose Férrica não deve ser usado: Por pacientes com hipersensibilidade conhecida ao complexo de carboximaltose férrica, à solução de carboximaltose férrica ou a qualquer dos excipientes da formulação; Por pacientes com qualquer tipo de anemia não causada por deficiência de ferro (não-ferropênica), por exemplo outra anemia microcítica; Nas situações de sobrecarga de ferro ou de transtornos na utilização do ferro.

Como usar o Carboximaltose Férrica?

Carboximaltose Férrica deve ser administrado exclusivamente por via intravenosa: em injeção em bolus (não diluído), durante uma sessão de hemodiálise (não diluído, diretamente na linha venosa do dialisador) ou em infusão. Em caso de infusão, Carboximaltose Férrica deve ser diluído apenas em solução estéril de cloreto de sódio a 0,9% m/V. Nenhuma outra solução ou agente terapêutico para uso parenteral deve ser usado devido ao potencial para precipitação e/ou interações. Nota: por razões de estabilidade, não são permitidas diluições em concentrações inferiores a 2 mg de ferro/mL. Inspecionar os frascos visualmente quanto a sedimentos e avarias antes da administração do produto. Utilizar apenas se a solução estiver homogênea e sem sedimentos. Cada frasco-ampola de Carboximaltose Férrica destina-se a uma única utilização. Os produtos não utilizados ou resíduos devem ser descartados de acordo com as exigências locais. Não se conhece a compatibilidade com recipientes que não sejam de polietileno ou de vidro. Carboximaltose Férrica não deve ser administrado por via subcutânea ou intramuscular. Posologia A dose adequada, a forma de administração, a frequência e a duração do tratamento deverão ser estabelecidas pelo médico levando-se em consideração os parâmetros hematológicos de deficiência de ferro. Determinação da dose cumulativa de ferro: A dose cumulativa para reposição de ferro por meio de Carboximaltose Férrica é determinada com base no peso corporal do paciente e no nível de hemoglobina, não devendo ser excedida. Aplicar a tabela a seguir para determinar a dose cumulativa de ferro: Hb(g/dL) Pacientes com peso corporal de 35 kg a <70 kg Pacientes com peso corporal ≥70 kg < 10 1.500 mg 2.000 mg ≥ 10 1.000 mg 1.500 mg Nota: Em pacientes com peso corporal <35 kg, a dose cumulativa de ferro de 500 mg não deve ser excedida. Em pacientes com sobrepeso, a determinação da necessidade de ferro assume a relação entre o peso corporal normal e o volume sanguíneo. Para pacientes com valor de Hb ≥ 14 g/dL, deve-se administrar uma dose inicial de 500 mg de ferro e os parâmetros de ferro devem ser verificados antes de se repetir a dosagem. Após a reposição, devem-se realizar avaliações periódicas para garantir que os níveis de ferro estejam corretos e se mantenham. Dose única máxima tolerada: Uma dose única de Carboximaltose Férrica não deve exceder 1.000 mg de ferro (20 mL) por dia ou 20 mg de ferro (0,4 mL) por quilo de peso corpóreo. Não administrar 1.000 mg de ferro (20 mL) mais de uma vez por semana. Injeção intravenosa (bolus): Carboximaltose Férrica pode ser administrado por injeção intravenosa de até 1000 mg de ferro por meio da solução não diluída. Para doses até 200 mg de ferro, não há tempo de administração estabelecido. Para doses superiores a 200 mg e até 500 mg de ferro, Carboximaltose Férrica deve ser administrado a uma taxa de 100 mg/min. Para doses superiores a 500 mg e até 1000 mg de ferro, Carboximaltose Férrica deve ser administrado durante 15 minutos. Infusão intravenosa: Carboximaltose Férrica pode ser administrado por infusão intravenosa até uma dose única máxima de 1.000 mg de ferro (20 mL).

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Carboximaltose Férrica?

Como todo medicamento, Carboximaltose Férrica pode causar eventos adversos, embora nem todos os pacientes os apresentem. A reação adversa do medicamento mais comumente relatada é a náusea que ocorre em 2,9% dos pacientes. As reações adversas relatadas em pacientes tratados com Carboximaltose Férrica (n=7391) de estudos clínicos estão descritas abaixo. Reações comuns (≥ 1/100 e < 1/10): Dor de cabeça, tontura, hipertensão, náusea, reação no local da aplicação (injeção/infusão)1, hipofosfatemia e rubor. Reações incomuns (≥ 1/1.000 e < 1/100): Hipersensibilidade, parestesia, disgeusia, taquicardia, hipotensão, dispneia, vômitos, dispepsia, dor abdominal, constipação, diarreia, eritema, prurido, urticária, erupção cutânea2, mialgia, dor nas costas e nas articulações, dor nas extremidades, espasmos musculares, febre, fadiga, dor torácica, edema periférico, dor, calafrios, aumento da aspartato aminotransferase, aumento da gama glutamil transferase, aumento de lactato desidrogenase sanguínea, aumento de fosfatase alcalina sanguínea e aumento da alanina aminotransferase. Reações raras (≥ 1/10.000 e < 1/1.000): Reação anafilactoide e mal-estar. 1 Inclui os seguintes termos preferidos: dor no local da aplicação (injeção/infusão), hematoma, alteração da cor, extravasamento, irritação e reação no local de aplicação (as frequências individuais de todas as reações adversas são determinadas como incomum) e parestesia no local de aplicação (frequência individual da reação adversa determinada como rara). 2 Inclui os seguintes termos preferidos: erupção cutânea (frequência individual da reação adversa determinada como incomum) e erupção cutânea eritematosa, generalizada, macular, máculo-papular e prurítica (as frequências individuais de todas as reações adversas são determinadas como raras). Efeitos colaterais de relatos espontâneos após o início da comercialização: Como parte do monitoramento contínuo de pós-comercialização de Carboximaltose Férrica, as seguintes reações adversas foram observadas: Classe Sistema Órgão Termos Preferidos* Distúrbios do Sistema Nervoso Perda da consciência e vertigem Distúrbios Psiquiátricos Ansiedade Distúrbios Cardiovasculares Síncope, pré-síncope Distúrbios da Pele e do Tecido Subcutâneo Angioedema, dermatite, palidez e edema de face Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino Broncoespasmo Distúrbios Gerais e no Local de Administração Sintomas de gripe (febre mensurável acompanhada de tosse ou dor de garganta) *Frequência desconhecida. Alterações laboratoriais: As seguintes alterações laboratoriais foram observadas durante os estudos clínicos e suas frequências foram calculadas com base em medições observadas e não em reações adversas relatadas. Muito comum (> 1/10): Diminuição transitória de fosfatemia Comum (≥1/100, <1/10): Aumento de gama glutamil transferase Incomum (≥1/1.000, <1/100): Aumento da alanina aminotransferase, aumento da fosfatase alcalina, aumento da aspartato aminotransferase, aumento da lactato desidrogenase sanguínea. Atenção: Este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo quando indicado e utilizado corretamente podem ocorrer eventos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em http://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmCadastro.asp, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Carboximaltose Férrica com outros remédios?

Assim como todas as apresentações à base de ferro para uso parenteral, Carboximaltose Férrica não deve ser administrado concomitantemente com compostos orais de ferro, uma vez que a absorção oral do ferro se reduz. Portanto, se necessária, a terapia oral de ferro não deve ser iniciada por pelo menos 5 dias após a última injeção de Carboximaltose Férrica.

Quais cuidados devo ter ao usar o Carboximaltose Férrica?

Preparados intravenosos de ferro devem ser utilizados com precaução em caso de infecção aguda ou crônica, asma, eczema ou atopia. Recomenda-se interromper a administração de Carboximaltose Férrica em pacientes com bacteremia. Em pacientes com infecção crônica deve-se realizar uma avaliação do risco/benefício, considerando a supressão da eritropoiese decorrente de infecção crônica. Devem-se tomar precauções para evitar o extravazamento venoso durante a administração, pois pode causar no local da injeção uma coloração amarronzada potencialmente de longa duração e irritação da pele. Caso ocorra, a administração deve ser descontinuada imediatamente. Carboximaltose Férrica contém 0,24 mmol (ou 5,5 mg) de sódio por mililitro de solução não diluída. Isto deverá ser considerado no caso de pacientes em dieta com controle de sódio. Carboximaltose Férrica contém no máximo 75 μg de alumínio por mililitro de solução não diluída. Isto deverá ser considerado no tratamento de pacientes submetidos a diálise. Preparados de ferro administrados por via intravenosa podem causar reações de hipersensibilidade, incluindo reações anafiláticas, que podem ser fatais. Portanto, deve haver disponibilidade de suporte para ressuscitação cardiopulmonar. Se ocorrerem reações alérgicas ou sinais de intolerância durante a administração, o tratamento deve ser interrompido imediatamente. Reações de hipersensibilidade também foram relatadas após doses anteriores sem eventos de qualquer complexo de ferro parenteral, incluindo carboximaltose férrica. Cada paciente deve ser observado para efeitos adversos durante pelo menos 30 minutos após cada aplicação de Carboximaltose Férrica. Uso na gravidez e amamentação: Os dados sobre a utilização de Carboximaltose Férrica em gestantes são limitados. Requer-se uma cuidadosa avaliação de risco/benefício antes da utilização durante a gestação ou durante a amamentação. Carboximaltose Férrica não deve ser utilizado durante a gestação, principalmente durante o primeiro trimestre a menos que seja claramente necessário. Dados de estudos em animais sugerem que o ferro liberado de Carboximaltose Férrica pode atravessar a barreira placentária, em quantidades controladas, e que a sua utilização durante a gestação pode influenciar o desenvolvimento esquelético do feto caso se administrem doses que causem intoxicação materna. Tratamento em animais grávidas com carboximaltose férrica, em doses maternas não tóxicas, não resultou em efeitos adversos nos embriões ou fetos. Em muitos casos, a deficiência de ferro que ocorre no primeiro trimestre da gravidez pode ser tratada com ferro oral. Se o benefício do tratamento com Carboximaltose Férrica for considerado superior ao risco potencial para o feto, recomenda-se que o tratamento seja limitado ao segundo e terceiro trimestres. Estudos clínicos mostraram que a transferência de ferro de Carboximaltose Férrica ao leite humano é insignificante (≤ 1%). Dados sobre um número limitado em mulheres lactantes indicaram ser pouco provável que Carboximaltose Férrica ofereça riscos às crianças. Não existem dados do efeito de Carboximaltose Férrica sobre a fertilidade humana. A fertilidade não foi afetada após tratamento com Carboximaltose Férrica em estudos com animais. Categoria B de risco na gravidez – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que estejam amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso em crianças: Carboximaltose Férrica não foi estudado em crianças e, portanto, não é recomendado para estas. Os dados do uso de carboximaltose férrica em crianças são limitados. Uso em idosos: Carboximaltose Férrica foi administrado em idosos (≥65 anos) de acordo com a posologia aprovada: Injeção/infusão ≤1.000 mg de ferro, não mais do que uma vez na semana (estudos de doença renal crônica nãodependente de diálise, doença inflamatória do intestino e insuficiência cardíaca crônica) ou como injeção em bolus de ≤ 200mg de ferro, não mais que 3 vezes por semana (estudos de doença renal crônica dependente de diálise e insuficiência cardíaca crônica). Não se requerem cuidados especiais para administração intravenosa de Carboximaltose Férrica em pacientes idosos. Os cuidados devem ser os mesmos que para os demais pacientes. Pacientes com doença renal crônica dependente de hemodiálise: Não exceder uma injeção de dose única máxima diária de 200 mg de ferro, pois não existem dados de segurança para pacientes que receberem doses únicas superiores a 200 mg de ferro. Pacientes com insuficiência renal: Em pacientes com insuficiência renal e insuficiência cardíaca crônica, houve elevações de enzimas hepáticas, mas não foram levantadas preocupações gerais de segurança. Pacientes com insuficiência hepática: Não foram realizados estudos em pacientes com insuficiência hepática. A administração parenteral de ferro deve ser evitada em pacientes com disfunção hepática, em particular a pacientes com porfiria cutânea tardia, na qual a sobrecarga de ferro é um fator precipitante. Sabe-se que Carboximaltose Férrica pode levar a aumentos transitórios das enzimas hepáticas. É recomendado monitoramento cuidadoso dos níveis de ferro para evitar a sobrecarga de ferro. A administração parenteral de ferro a pacientes com insuficiência hepática só deve ser realizada após cuidadosa avaliação de risco/benefício. Nesses casos, se o ferro for prescrito, a função hepática deve ser monitorada. Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas: É improvável que o uso deste medicamento tenha qualquer efeito sobre a capacidade de dirigir veículos ou de operar máquinas. Não administrar 20 mL (1.000 mg de ferro) como injeção ou infusão mais de uma vez por semana.

Qual a ação da substância Carboximaltose Férrica?

Resultados de Eficácia A eficácia terapêutica de Carboximaltose Férrica foi avaliada em estudos clínicos randomizados, multicêntricos, abertos e comparativos, em população adulta com anemia ferropênica, incluindo pacientes com doença inflamatória intestinal, hemorragia uterina grave2, anemia pós-parto3-5, doença renal crônica sem diálise6,8-10 ou em diálise7,9,10. Na maioria dos estudos, a eficácia de Carboximaltose Férrica em uma dose de ferro ≤1.000 mg administrada durante 15 minutos (doses subsequentes administradas em intervalos de uma semana) foi comparada com um regime posológico de seis a doze semanas de sulfato ferroso oral, equivalente a 65 mg de ferro três vezes ao dia2,4-6 ou a 100 mg de ferro duas vezes ao dia1. A administração intravenosa de Carboximaltose Férrica foi eficaz na melhora dos níveis de hemoglobina e associada com maior rapidez de aumento estatisticamente significativo desses níveis em relação aos valores basais do que com sulfato ferroso. Na quarta semana de terapia, 34,2% dos pacientes tratados com Carboximaltose Férrica versus 18,2% do grupo tratado com sulfato ferroso oral obtiveram aumento da hemoglobina ≥2 g/dL (p<0,051,2,6). O nível máximo da capacidade de reticulócitos em ambos os grupos de tratamento foi observado na segunda semana de tratamento. A partir da segunda semana de terapia alcançaram-se taxas de ferritina significativamente superiores com Carboximaltose Férrica comparado ao grupo tratado com sulfato ferroso. Carboximaltose Férrica foi associado a uma resposta de ferritina sérica em proporções significativamente superiores (p<0,0002) às constatadas com sulfato ferroso, proporcionando aumentos rápidos e pronunciados dos níveis de ferritina sérica, com média3-7 ou mediana1 de 300-600 mcg/L na primeira ou segunda semana de tratamento. Embora esses níveis tenham apresentado algum declínio subsequente, permaneceram até o final do estudo cerca de 40-400 mcg/L acima dos níveis basais, tendo os pacientes recebido suas últimas doses de ferro durante a semana 2 ou 31,3-7. Ao final da semana 12 (fim do estudo), a proporção de pacientes com resposta de ferritina (definida como níveis séricos de 50-800 mcg/L3 ou 100- 800 mcg/L1) foi maior no grupo tratado com Carboximaltose Férrica do que no tratado com ferro em pacientes com doença inflamatória intestinal (26,5% vs. 3,3%)1 e com anemia pós-parto (77,7% vs. 32,6%). A saturação de transferrina apresentou aumento de 15-28% na semana 21,4-6 ou na semana 43 com o uso de Carboximaltose Férrica e de 10-17% com o sulfato ferroso1,3-6. Em todos os períodos de avaliação do estudo, as alterações da saturação de transferrina em relação ao basal foram significativamente mais elevadas (p<0,001) com Carboximaltose Férrica do que com sulfato ferroso. Em anemia pós-parto / pós-cirurgia, Breymann C et al. comparam a segurança e a eficácia da carboximaltose férrica com sulfato ferroso para tratar anemia por deficiência de ferro. Os pacientes foram randomizados (proporção 2:1) para receber carboximaltose férrica (até o máximo de três doses semanais de 1.000 mg administradas em 15 min; n=227) ou sulfato ferroso (100 mg duas vezes ao dia, 12 semanas; n=117). Analisaram-se as mudanças na hemoglobina e nos estoques de ferro na semana 12. A carboximaltose férrica foi tão eficaz quanto o sulfato ferroso na correção da hemoglobina, porém com um período muito menor de tratamento (2 semanas vs. 12 semanas). Os níveis de ferritina foram significativamente maiores. Portanto, a carboximaltose férrica parenteral é uma opção de tratamento segura e eficaz para a anemia pós-parto / pós-cirurgia, com as vantagens de um período de tratamento menor, melhor adesão, normalização rápida dos estoques de ferro e menor incidência de eventos adversos gastrintestinais. O tratamento com Carboximaltose Férrica em 459 pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (classe II ou III do NYHA) e deficiência de ferro com ou sem anemia demonstrou melhora dos sintomas e da função renal de acordo com os resultados em um estudo multicêntrico, randomizado e comparativo com placebo FAIR-HF (Carboximaltose Férrica Assessment in patients with IRon deficiency and chronic Heart Failure). Dentre os pacientes que receberam Carboximaltose Férrica, 50% registraram melhora de acordo com a avaliação global do paciente, em comparação com 28% dos que receberam placebo. Nas semanas 4, 12 e 24 observou-se aumento da taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) com Carboximaltose Férrica vs. uma discreta redução da função renal no grupo placebo; ao final do estudo (semana 24), a e GFR aumentou no grupo Carboximaltose Férrica em média 3,2 mL/min/1,73 m2 em relação ao basal enquanto se reduziu 0,6 mL/min/1,73 m2 no grupo placebo (p=0,017). A resposta ao Carboximaltose Férrica foi independente do nível de comprometimento da função renal, do sexo, da idade, da gravidade da insuficiência cardíaca ou da presença de anemia ao início do estudo. Evistatiev R. et al. compararam a eficácia e a segurança de um novo esquema de dose única (1.000mg semanal) de carboximaltose férrica (CMF) com doses de sacarose férrica (SF) calculadas individualmente em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) e anemia por deficiência de ferro (ADF). Analisaram-se os resultados dos 240 pacientes tratados com CMF e dos 235 pacientes tratados com SF. Mais pacientes com CMF do que com SF alcançaram resposta de hemoglobina (Hb) (150 [65,8%] vs. 118 [53,6%]; diferença de 12,2%, p=0,004) ou normalização da Hb (166 [72,8%] vs. 136 [61,8%]; diferença de 11,0%, p=0,015). As drogas em estudo foram bem toleradas e os eventos adversos relacionados a elas estavam alinhados com a experiência clínica. O estudo demonstrou melhor eficácia e aderência ao tratamento com um esquema posológico mais simples com CMF, assim como um bom perfil de segurança em comparação com o esquema posológico com SF calculado pela fórmula Ganzoni. O estudo observacional de Steinmetz T et al. avaliou 401 pacientes com câncer (maiores de 18 anos) com anemia por deficiência de ferro registrados em 73 centros de hematologia / oncologia alemães entre dezembro de 2008 e julho de 2010. Administrou-se carboximaltose férrica (CMF) associada ou não a agentes estimulantes da eritropoiese (AEE). 90% dos pacientes apresentavam tumores sólidos e recebiam quimioterapia citotóxica (72%). A dose média por paciente foi de 1.333 mg de CMF, sendo que 15,7% receberam AEE. Os benefícios foram comparáveis em pacientes com anemia leve, moderada e grave. Em média, a hemoglobina aumentou em cinco semanas e manteve-se entre 11-12 g/dl até o fim do estudo (semana 12). A CMF foi bem tolerada; em 2,4% dos pacientes relataram-se náusea e diarreia. Concluiu-se, portanto, que a hemoglobina em pacientes com câncer e anemia por deficiência de ferro tratada com CMF se mantém estabilizada em 11-12 g/dl independentemente dos níveis basais de hemoglobina ou de terapia com AEE concomitante, sugerindo que a CMF é eficaz no tratamento de anemia ferropênica em pacientes com câncer. Uma revisão de Muñoz mostra a necessidade de suplementação de ferro em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Porém, a adesão ao tratamento com ferro por via oral não é boa. Além disso, observa-se refratariedade à administração desses compostos por via oral nas deficiências de ferro já instaladas. Nessas situações, o ferro administrado por via intravenosa surge como uma alternativa segura e eficaz no tratamento da anemia por deficiência de ferro. Mesmo após correção da anemia e reposição das reservas de ferro, a monitoração deve continuar indefinidamente e a reposição de ferro deve ser realizada sempre que necessária. Novas apresentações de ferro para administração intravenosa, como a carboximaltose férrica, são seguras, fáceis de usar e podem ser aplicadas em dose única de 1.000 mg, tornando-se uma excelente ferramenta para tratar ou prevenir a deficiência de ferro nessa população de pacientes. Em resumo, a introdução da carboximaltose férrica (Carboximaltose Férrica), que pode ser administrada mais rapidamente e em doses mais elevadas, proporciona uma nova dimensão à terapia intravenosa com ferro. A compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da anemia em várias situações clínicas, como por exemplo na doença renal crônica, nas doenças obstétricas, nos pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia, em mulheres com menorragia e pacientes com doença inflamatória intestinal (DII), permite uma abordagem terapêutica com ferro intravenoso, reduzindo o número e o volume das transfusões sanguíneas. Características Farmacológicas Propriedades Farmacodinâmicas: Carboximaltose Férrica solução para injeção/infusão é uma solução coloidal de carboximaltose férrica, contendo ferro estável na forma de um complexo de ferro não-dextrano com núcleo de hidróxido férrico polinuclear com um ligante de carboidrato. Por conta da elevada estabilidade do complexo, existe apenas uma quantidade muito pequena de ferro de ligação fraca (também chamado lábil ou ferro livre). A estrutura do núcleo da carboximaltose férrica é semelhante a da ferritina, a proteína fisiológica de armazenamento de ferro. Este complexo é destinado a fornecer de forma controlada ferro utilizável para o transporte férrico e armazenamento de proteínas no organismo (transferrina e ferritina, respectivamente). A utilização de 59Fe da carboximaltose férrica radiomarcada pelas células vermelhas variou de 91% a 99% em pacientes com deficiência de ferro e 61% a 84% em pacientes com anemia renal 24 dias pós-dose. O tratamento com Carboximaltose Férrica em pacientes com anemia por deficiência de ferro desencadeou um claro aumento na contagem de reticulócitos indicando o aumento da maturação de células precursoras de eritrócitos à medida que o ferro se torna disponível. Os níveis séricos de ferritina aumentam para a faixa normal confirmando o reabastecimento de estoque de ferro. Estudos clínicos demonstraram resposta hematológica e reposição dos estoques de ferro mais rápidos após a administração intravenosa do Carboximaltose Férrica do que com a administração de outros fármacos pela via oral. Propriedades farmacocinéticas Distribuição: Após a administração de uma dose única de carboximaltose férrica de 100 a 1.000 mg de ferro em pacientes com anemia, os picos de concentração de ferro sérico foram entre 37 e 333 mcg/ml. O volume de distribuição do compartimento central corresponde ao volume do plasma (aproximadamente 3L). Um estudo de fase 1/2 foi também realizado para avaliar a segurança, tolerabilidade, farmacocinética e farmacodinâmica de carboximaltose férrica intravenosa (10% ferro) administrada em injeção em bolus em pacientes com deficiência de ferro ou anemia por deficiência de ferro. Pacientes (n=31) receberam uma formulação de carboximaltose férrica contendo 10% ferro (carboximaltose férrica 10%) com doses variando entre 200 a 1.000 mg de ferro, de 100 mg de ferro/segundo. O volume médio de distribuição variou entre 2,3 e 3,2 L, correspondente ao volume do plasma. A meia-vida de eliminação terminal variou entre 7,2 e 10,5 horas, semelhante à formulação de carboximaltose férrica com 5% de ferro (7-12 horas). Demonstrou-se por meio de tomografia por emissão de pósitrons (TEP), que 52Fe de carboximaltose férrica marcada com 52Fe/59Fe foi distribuído rapidamente para o fígado, baço e medula óssea. Uma fase de distribuição de cerca de 25 minutos foi observado no fígado e baço enquanto, para a medula óssea, uma absorção rápida foi observada durante os primeiros 10 minutos, seguida por um influxo adicional a uma velocidade mais baixa, mas constante. 52Fe foi rapidamente eliminado do sangue, e no final do período de observação (cerca de 8 horas), a maior parte da dose injetada foi distribuída na medula óssea. A utilização de 59Fe pelos eritrócitos variou de 61% a 99%. Após 24 dias, os pacientes com anemia por deficiência de ferro mostraram utilização de 59Fe entre 91% a 99%, e os pacientes com anemia renal mostraram utilização de 59Fe de 61% para 84%. Metabolismo: Carboximaltose férrica é retida principalmente no sistema reticuloendotelial da medula óssea, fígado e baço. Eliminação: O ferro da carboximaltose férrica é rapidamente eliminado do plasma, em um estudo a meia-vida terminal variou entre 7 e 12 horas e o tempo de residência médio variou entre 11 e 17 horas. A eliminação renal do ferro foi insignificante. Dados pré-clínicos de segurança: Os dados pré-clínicos baseados em estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de doses repetidas, toxicidade reprodutiva e genotoxicidade não revelaram riscos especiais para humanos. Os estudos pré-clínicos indicam que o ferro liberado de Carboximaltose Férrica atravessa a barreira placentária e é excretado no leite em quantidades limitadas e controladas. Em estudos de toxicologia reprodutiva com animais repletos de ferro, Carboximaltose Férrica foi associado com pequenas anormalidades esqueléticas no feto, mas somente em doses que causaram toxicidade materna. Em um estudo de fertilidade em ratos não houve efeitos sobre a fertilidade ou performance de acasalamento. Não foram realizados estudos de longo prazo em animais para avaliar o potencial carcinogênico de Carboximaltose Férrica. Os dados em animais demonstram que Carboximaltose Férrica não apresenta reação cruzada com anticorpos anti-dextrano e não parecem possuir potencial sensibilizante. Carboximaltose Férrica não foi genotóxico em ensaios de mutação genética (ensaios in vitro de células de linfoma de bactérias e ratos) e de lesão cromossômica (ensaios in vitro de linfócitos humanos e in vivo do micronúcleo do rato).

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