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Audiência pública escuta sociedade sobre tratamento medicamentoso para casos graves de Covid-19

09/07/2021

Com a participação de pacientes, profissionais de saúde, pesquisadores e gestores o Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde promoveu audiência pública sobre o uso de medicamentos para casos graves da Covid-19. O espaço de diálogo aconteceu nesta quinta-feira (8) e vai basear o segundo capitulo das Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19.

A audiência pública foi convocada pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégico em Saúde do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), Hélio Angotti Neto. O evento aconteceu após a primeira etapa do documento ter sido avaliada e encaminhada com recomendação final favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

“A proposta é reforçar elementos que a Conitec tem aprimorado cada vez mais. Envolvemos a transparência e a participação da sociedade e compreendendo que estamos vivendo um cenário de grande dinamicidade, que exige também uma capacidade dinâmica de resposta”, afirmou o secretário.

As contribuições oferecidas durante a audiência pública serão analisadas para elaboração do texto final e futuras revisões do documento. O primeiro capítulo também teve decisão final de aprovação do texto e traz orientações sobre oxigenioterapia e uso de ventilação mecânica no paciente hospitalizado com Covid-19.

A audiência foi realizada em plataforma on-line, com transmissão ao vivo pelo canal da Conitec no Youtube. A chamada para participação contou com 55 inscritos, entre pacientes, profissionais de saúde, gestores do SUS e pesquisadores, mas somente nove optaram por compartilhar sua experiência e opinião.

Por convite da Pasta, a exposição técnica do tema foi realizada pelo coordenador do grupo elaborador das Diretrizes, Carlos Carvalho, médico intensivista e pneumologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Na sequência, a metodologia utilizada para elaboração do documento foi detalhada pelo epidemiologista Maicon Falavigna, médico no Hospital Moinhos de Vento (HMV), de Porto Alegre. “O documento em audiência pública tem função orientativa, não é uma lei ou norma que obriga profissionais de saúde ou gestores a segui-lo. Nesse sentido, mantém a autonomia de pacientes, médicos prescritores e gestores da saúde”, apontou.

As Diretrizes são resultado de um trabalho conjunto de diversos especialistas e representantes de sociedades médicas, além de metodologistas e colaboradores, tendo sido coordenado pelo Ministério da Saúde. Todo o conteúdo foi elaborado a partir de adaptação de diretrizes nacionais e internacionais sobre o tema, contextualizadas pela experiência clínica dos envolvidos.

“Esse documento está em constante atualização, é um trabalho que não se encerra com essa audiência. Além disso, temos grupos de trabalho buscando reunir evidências sobre o tratamento pós-Covid-19, sobre o uso de drogas vaso ativas, entre outros. Nossa busca é dar continuidade no cuidado e no cuidado integral”, esclareceu o secretário Hélio Angotti Neto.

Participação Social

A secretária-adjunta de enfrentamento à Covid-19 do Amapá, Maracy Andrade, compartilhou práticas executadas pelo estado no enfrentamento à pandemia. A participante apresentou casos bem-sucedidos na assistência aos pacientes. “O alinhamento das condutas das várias autoridades sanitárias é a saída para conseguir sucesso”, garantiu.

O médico e urologista, Luís Guilherme Teixeira, ressaltou a importância de se garantir a autonomia da conduta médica. “A sociedade precisa entender que é um documento orientativo, dinâmico e em constante atualização. E que o ato médico é individualizado”, defendeu.

A usuária do SUS, Rosilene Bispo, contou sua experiência como paciente acometida pela doença. “É primordial que o profissional, no primeiro atendimento, peça todos os exames necessários para descartar a doença”, afirmou, ao relatar ainda os desafios enfrentados no momento posterior ao diagnóstico e tratamento da Covid.

Para assistir a audiência na íntegra clique aqui.

Fonte:Ministério da Saúde