Saúde e Vigilância Sanitária

Ciclo de debates traz educação, qualificação profissional em saúde e novas tecnologias

03/06/2022
Wallace Martins / MS

Saúde, educação e tecnologia de mãos dadas. Mais de 8,2 milhões de pessoas já se matricularam nos cursos disponíveis nas três principais plataformas educacionais vinculadas ao Ministério da Saúde: AVASUS, UNA-SUS e UniverSUS Brasil. São pelo menos 720 cursos ofertados. A mesa de encerramento do ciclo de debates promovido pela pasta após a regulamentação da telessaúde no Brasil falou sobre as ofertas educacionais para trabalhadores da área da saúde nesta sexta-feira (3).

O objetivo do debate foi apresentar como a tecnologia ajuda a levar conteúdo às pessoas. “Falar em educação a distância é corriqueiro. A telessaúde foi muito além”, afirmou Helio Angotti, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES). O uso de robôs de alta fidelidade para treinamento de profissionais foi uma forma de exemplificar como saúde, educação e tecnologia, juntas, oferecem um novo paradigma e auxiliam nesse processo.

“A gente não escolhe para qual hospital vai ser encaminhado ao sofrer um acidente. Estamos nas mãos de quem está na ambulância fazendo o atendimento. Pensando nisso, o Ministério da Saúde também usou da tecnologia, com bonecos que choram, suam, a pupila reage, o profissional vê o ritmo cardíaco, faz punção venosa, aplica medicamento. Assim, é possível preparar os profissionais com protocolos dos mais avançados e validados no mundo, pra que eles consigam dar uma rápida resposta, em poucos minutos, para salvar uma vida”, explicou.

Desde 2020, as ações de educomunicação em saúde em defesa da vida tem função social com o objetivo de estimular uma reflexão no espaço de aprendizagem, em comunidade e trabalhando temas como saúde mental, prevenção ao suicídio e a automutilação – curso que já alcançou mais de 93 mil inscritos e cerca de 215 mil acessos aos conteúdos das cartilhas, prevenção da gravidez na adolescência, prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, e prevenção de violências contra as mulheres, crianças e idosos. As ações em educomunicação em doenças raras já somam 14 videoaulas, capacitação de cerca de 1,8 mil prifissionais, além da elaboração e disponibilização da Caderneta do Raro.

No contexto da pandemia da Covid-19, a educação a distância também foi um instrumento importante. O programa O Brasil Conta Comigo é uma estratégia que surgiu com a declaração da emergência de saúde pública, para prover de profissionais os estabelecimentos de saúde do Brasil. As ações focaram profissionais, acadêmicos e residentes.

No eixo acadêmicos, alunos se cadastraram como voluntários, gestores apresentaram as necessidades locais e o Ministério da Saúde fez o encontro entre as duas partes, por meio da nova tecnologia. Em números totais, mais de 113 mil alunos foram cadastrados, cerca de 8,9 mil alunos recrutados e mais de 3,6 mil estabelecimentos de saúde aderiram ao programa.

No eixo profissionais, um cadastro nacional reuniu as 14 categorias da saúde e ofereceu capacitação conforme os protocolos de manejo clínico para o enfrentamento da Covid-19. No total, mais de 347 mil profissionais foram qualificados.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, também entrou no contexto da educação a distância. O Curso de Formação de Multiplicadores de Urgências e Emergências em Saúde Mental tem como objetivo ampliar as competências dos profissionais do SAMU de todo o Brasil no atendimento pré-hospitalar de urgência/emergência em saúde mental. Pelo menos 40 Centrais de Regulação em Urgência já foram capacitadas, totalizando 100 profissionais em três turmas que alcançaram todas as capitais brasileiras.

Ninguém fica para trás. Uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e a Secretaria Especial de Saúde Indígena trouxe cursos pioneiros de qualificação para Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). De forma híbrida, mais de 8,6 mil indígenas participaram das qualificações. A experiência ensinou a adequar técnicas para a realidade indígena, respeitando os recursos disponíveis e questões culturais.

UBSs Digitais

Na Atenção Primária, a saúde digital está prestes a ser realidade para 323 municípios brasileiros. O Ministério da Saúde destina mais de R$ 14,8 milhões para estruturação e informatização de Unidades Básicas de Saúde, principalmente as rurais e localizadas em áreas remotas.

“A tecnologia é um meio, um instrumento, que quando contextualizado e aplicado corretamente, pode desenvolver o seu pleno potencial”, defendeu Helio Angotti. Tecnologia, educação e informação complementam a função da assistência à saúde, por meio das UBSs Digitais, para as pessoas com dificuldade de acesso. “Mexer com a vida humana é uma coisa muito séria e o Ministério da Saúde tem investido no SUS para levar essa educação para os quatro cantos do País”, concluiu o secretário.

Telessaúde em debate

Após o evento que marcou a assinatura da portaria que regulamenta a telessaúde no Brasil, o Ministério da Saúde deu espaço para debates e discussões sobre essa tema. Vários especialistas, médicos, gestores, parlamentares, representantes de entidades e de universidades abordam os desafios e perspectivas da saúde digital dentro de várias áreas. Os debates ocorrem ao longo dessa quinta (2) e sexta-feira (3) com transmissão ao vivo. O conteúdo completo e na íntegra, além da programação, pode ser acessado na página especial: gov.br/telessaude.

Bianca Lima
Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde