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Conheça a importância do dentista para saúde bucal; atendimento começa na atenção primária

01/10/2021

Crédito: Cristine Rochol/Jornal da USP

Neste domingo (03), é celebrado o Dia Mundial do Dentista. Por esse motivo, o Ministério da Saúde traz informações para reforçar a importância do dentista para além da saúde bucal da população. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o atendimento bucal começa na Atenção Primária e é realizado pelas equipes de Saúde Bucal, que integram as equipes da estratégia Saúde da Família, em uma das mais de 41 mil Unidades Básicas de Saúde.

A equipe de Saúde Bucal é responsável pelo cuidado contínuo e atua na Atenção Primária à Saúde. Esses profissionais são responsáveis por realizar ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde, buscando resolver pelo menos 80% das demandas apresentadas pelos cidadãos. Atualmente, existem cerca de 28 mil Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família, presentes em 5.226 municípios brasileiros.

O primeiro passo a ser dado por quem precisa de cuidado em saúde bucal é buscar uma Unidade de Saúde. O Ministério da Saúde disponibiliza a plataforma Conecte-SUS, que pode ser acessada por dispositivos móveis ou pelo computador. Essa plataforma está disponível para toda a população ter fácil acesso a qual Unidade de Saúde mais próxima de sua localização oferta atendimento odontológico, mostrando, inclusive, quais procedimentos são realizados neste local.

O SUS conta ainda com 198 Unidades Odontológicas Móveis, que são veículos devidamente adaptados e equipados para o desenvolvimento de ações de atenção à saúde bucal que permitem ampliar o acesso aos tratamentos odontológicos a populações específicas e vulneráveis. Isso quer dizer que 94% dos municípios brasileiros apresentam oferta de serviços odontológicos à população de forma mais próxima de sua residência e/ou local de trabalho, favorecendo o seu potencial de resolutividade e acompanhamento da saúde das pessoas.

Além do que pode ser resolvido na Atenção Primária, existem situações de saúde bucal em que o paciente precisa ser encaminhado à atenção especializada, como os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Essas unidades ofertam as principais especialidades necessárias à integralidade do cuidado em saúde bucal, como serviços de diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca e outras lesões; periodontia especializada; cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; endodontia e atendimento a portadores de necessidades especiais.

Atualmente, existem 1.184 Centros de Especialidades Odontológicas em todo o país, que realizaram até julho de 2021 o total de 3.272.564 procedimentos. Além disso, os Centros de Especialidades Odontológicas que são aderidos à Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e que recebem um custeio mensal adicional, registraram este ano, entre janeiro e julho, 336.244 procedimentos. Há ainda o Programa Brasil Sorridente, que oferta o serviço de reabilitação oral de prótese por meio dos 3.244 Laboratórios Regionais de Prótese Dentária financiados pelo Ministério da Saúde de norte a sul. Até julho de 2021, foram confeccionadas e entregues 291.784 próteses dentárias à população de todo o Brasil.

O Brasil Sorridente tem interface com diversas ações e programas do Ministério da Saúde, como o Brasil Sorridente Indígena, Programa Saúde na Escola, Rede de Cuidado às Pessoas com Deficiência, Convenção de Minamata e Fluoretação das Águas de Abastecimento Público, entre outras. O programa coopera ainda com ações para a qualificação profissional e científica dos profissionais e para a educação em saúde da população

A rede pública de saúde está preparada para oferecer tratamento integral e gratuito para prevenir e promover a saúde bucal da população. Além de melhorar a qualidade de vida, prevenir e controlar diversas doenças e problemas bucais e dentários, como cáries, mau hálito e até perda dos dentes, uma boa saúde bucal, com devido acompanhamento profissional, também diminui o risco do desenvolvimento de problemas de saúde sistêmicos, podendo inclusive evitar infecções generalizadas originadas de problemas bucais.

Principais problemas bucais

Os principais problemas que acometem a saúde bucal no Brasil e que têm sido objeto de estudos em virtude dos impactos que podem causar na vida das pessoas são:

  • Cárie: É uma das doenças bucais mais comuns no mundo. Caracteriza-se pela destruição das estruturas calcificadas dos dentes (esmalte, dentina e cemento). A cárie é silenciosa e causa destruição progressiva dos dentes. É provocada pelos ácidos produzidos pelas bactérias da placa bacteriana quando ingerimos açúcar com frequência. A cárie pode causar dor e desconforto.
  • Placa bacteriana: Também denominada de biofilme dental pelos profissionais de odontologia, a placa bacteriana é uma película viscosa e incolor formada por bactérias e restos alimentares acumulados na superfície dos dentes e na gengiva. Ela se desenvolve mais rápido com a ingestão frequente de açúcares. Se não for removida, pode causar cáries, cálculo dentário, doenças da gengiva e mau hálito.
  • Gengivite: Causada pelo acúmulo de placa bacteriana. A doença começa com a inflamação da gengiva. Inicialmente, nota-se que a gengiva sangra e a pessoa sente gosto de sangue. Quando isso ocorre, não se deve parar de escovar os dentes nas partes próximas da gengiva, pois a situação piora quando se faz isso. O que se deve fazer é melhorar a escovação dos dentes e o uso do fio dental. Lembre-se: gengiva sadia não sangra!
  • Doença Periodontal: Com o passar do tempo, a gengivite pode avançar para a parte interna, atingindo o osso ao qual o dente está ligado. Nesta etapa, ocorre perda de osso e de outras estruturas que fazem o suporte dos dentes, produzindo sangramento, pus, sensibilidade, retração da gengiva, mobilidade dos dentes, o que pode levar à perda dentária. A principal causa de perda dentária entre adultos e idosos ocorre em decorrência de doenças da gengiva.
  • Traumatismo dentário: Ocasionado principalmente por forte impacto na superfície dos dentes, como por exemplo no caso de quedas, e pode acarretar desde pequenas fraturas até a avulsão do dente, ou seja, a completa saída do dente dos tecidos de suporte. O uso de equipamentos de proteção na prática de esportes ou outras atividades que podem gerar risco de impactos na região da boca é uma forma de evitar o trauma dental.
  • Má oclusão: Posicionamento irregular de dentes e/ou da maxila e mandíbula, acarretando desde problemas estéticos até problemas funcionais e de fala.
  • Lesões bucais: São lesões na forma de bolhas, manchas, nódulos, úlceras, sendo que as causas podem envolver múltiplos fatores. Em casos em que há alguma alteração na mucosa por mais de 15 dias de forma indolor, procure imediatamente o cirurgião-dentista, essa lesão pode ser indício de câncer de boca, principalmente naquelas pessoas que fumam e bebem bebidas alcoólicas.
  • Mau hálito: tem várias causas, como falta de escovação adequada e falta do uso do fio dental, problemas gástricos e outros problemas sistêmicos, é importante procurar um profissional para investigar a causa e tratá-la. Portanto, fique alerta! Ao sinal de qualquer um desses problemas é importante procurar o atendimento odontológico. O SUS está preparado com profissionais dentistas para cuidar da sua saúde geral e bucal.

SB Brasil

Para conhecer mais sobre a condição de saúde bucal da população, o Ministério da Saúde em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais, está desenvolvendo a pesquisa SB Brasil. Esta é uma pesquisa domiciliar, ou seja, dentistas e técnicos ou auxiliares de saúde bucal de 422 cidades brasileiras irão à casa de mais 50 mil pessoas, a partir de novembro de 2021 até março de 2022, para avaliar como está a saúde bucal desta população, seguindo todos os protocolos orientados pela ANVISA para garantir a biossegurança de todos durante o contexto da Covid-19.

Assim, o Ministério da Saúde aproveita a data para agradecer aos 848 dentistas que irão se dedicar na busca de dados para fortalecer a saúde bucal no Brasil, são dados que poderão trazer informações de como está o acesso aos serviços e qual é a situação da Rede de Atenção em relação aos principais agravos de saúde bucal na população brasileira.

Se você tem 5, 12, 15 a 19 anos, 35 a 44 anos ou 65 a 74 anos e reside em um dos locais onde a pesquisa vai ocorrer, participe! Esse dado fortalece o SUS!

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Gustavo Frasão
Ministério da Saúde


Fonte:Secretaria de Atenção Primária à Saúde