“Essa é uma gestão que privilegia o cuidado e a relação com estados e municípios”, afirma Nísia Trindade

Nesta quinta (24), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou do encerramento da 25ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília e elencou as principais ações da pasta para os municípios, além de reforçar a sua intenção em desenvolver uma atuação conjunta com prefeitos e prefeitas para melhorar o acesso a saúde em todas as cidades brasileiras. Durante o evento, a ministra destacou ações de reconstrução de saúde da família, recuperação do Programa Mais Médicos, incremento no financiamento da Atenção Primária e a importância da participação dos estados e municípios ao Censo das UBS. 

Reconstrução da estratégia de saúde da família 

Um dos destaques foi a nova estratégia de reconstrução da saúde da família - um dos focos principais de atuação dos municípios junto a atenção de média e alta complexidade. Segundo estudos, o aumento dessa cobertura pode reduzir a mortalidade infantil e diminuir em 48% as chances de contrair tuberculose entre as pessoas atendidas. “Os impactos são sempre mais positivos entre as populações mais vulneráveis”, complementou Nísia.

Neste ano, o Ministério da Saúde traçou a meta de implementar 2.360 Equipes de Saúde da Família, 3.030 Equipes de Saúde Bucal e mil multiprofissionais por ano em dois anos. Com isso, o SUS alcançará a meta de 80% da cobertura em 2026.

A retomada do número de profissionais começou ainda no ano passado, com aumento de 52% no número de equipes implementadas em todo o país, totalizando 2.198. Isso resultou na ampliação das consultas médicas em 16% e dos procedimentos em 29% em relação a 2022. Além disso, a partir dessas mudanças, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) poderão estender o horário de funcionamento até às 22h. 

“Procuramos garantir um número adequado de pessoas por equipe, a valorização das ações no território, a retomada das visitas domiciliares, a previsibilidade para o gestor municipal e a ampliação do horário de atendimento, que atende às trabalhadoras e trabalhadoras em todo o Brasil”, contou a ministra. 

Mais Médicos 

Outro ponto falado durante o evento foi a recuperação do programa Mais Médicos. Retomado no ano passado, registrou recorde em 2023, com 25 mil profissionais em atuação em todo o Brasil, 85% mais do que em 2022. Em 2024, esse número deve chegar a 28 mil. “Hoje, 60% dos médicos dos municípios mais pobres são do programa. Esse esforço foi possível com gestão, mas também com a decisão do presidente Lula de priorizar as políticas sociais de saúde e o retorno da ciência às ações do ministério”. 

Incremento no financiamento da atenção primária

Para execução dessas propostas, o Governo Federal aumentou em 28% o financiamento da atenção primária em relação ao ano passado, que deve chegar a R$ 35 bilhões em 2024. “Eu considero que o Ministério da saúde, nesse terceiro mandato do presidente Lula, é o ministério da reconstituição do SUS e do seu fortalecimento – o que só é possível com trabalho conjunto”. 

Censo das UBSs 

A ministra finalizou o seu discurso convidando os gestores a aderir ao Censo das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), retomado após 12 anos. “O Censo Nacional de Unidades Básicas de Saúde será fundamental para podermos trabalhar a gestão do sistema com maior qualidade”, reforçou a ministra. 

O módulo especial no e-Gestor está disponível para manifestação de interesse dos gestores municipais e pode ser acessado até o dia 2 de junho. A partir do dia 3 de junho, o censo estará aberto para as respostas ao questionário online por um profissional de saúde de cada UBS em conjunto com sua equipe. Vale lembrar que os prazos para o Rio Grande do Sul serão estendidos, considerando o contexto atual das enchentes no estado. Os gestores não serão prejudicados e também terão tempo hábil para participar do Censo.