Saúde e Vigilância Sanitária

Fórum internacional reúne especialistas em transplantes para debate sobre doação de órgãos

02/06/2022
Bruno Cassiano/MS

Discutir os principais eixos do processo de doação e transplante de órgãos é um dos objetivos do Fórum Internacional do Sistema Nacional de Transplantes, que acontece até este sábado (4) em Florianópolis (SC). Uma equipe do Ministério da Saúde participa do evento para mostrar o panorama e desafios da doação no país.

"Iniciativas como esta é de grande relevância para o sistema nacional de transplantes, pois enaltece o valor das experiências e dá importância ao debate sobre o tema. Todo trabalho é resultado do esforço conjunto entre as centrais de transplantes, hospitais e equipes multiprofissionais, integrantes do nosso Sistema”, afirmou a secretária da Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Maíra Botelho.

O país hoje conta com uma Central Nacional de Transplantes, localizada no Ministério da Saúde, além de 27 centrais estaduais; mais de 640 hospitais de transplantes autorizados; mais de 1,2 mil serviços de transplantes habilitados; mais de 1,6 mil equipes de transplantes habilitadas entre outros componentes da rede no Brasil.

A secretária apresentou ainda um comparativo de transplantes realizados entre o período de 2019 a 2021, considerando cada modalidade. Seguindo uma tendência mundial, houve uma redução durante o período mais crítico da pandemia, em 2020. “Contudo, é possível observar que em 2021, os transplantes começaram a retornar aos patamares anteriores a pandemia, demostrando a força e resiliência do maior sistema público de transplantes do mundo”, destacou.

Em seguida a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde(DAET/MS), Ana Patrícia de Paula, falou sobre a fila de transplantes por cada órgão, por faixa etária e sexo. O estado de São Paulo aparece em primeiro lugar com o maior número de pessoas nas filas aguardando por um transplante de órgãos.

O investimento federal na Doação, Transplantes e Imunosupressão foi de R$ 1,16 bilhão, em 2020, em ações e serviços. "Já em 2021, esse investimento federal subiu para R$ 1,22 bilhão, sem contar outras ações e convênios”, concluiu a secretária Maíra.

DESAFIOS NA DOAÇÃO

Em outro painel, o coordenador-geral substituto do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Marcelo Domingues, mostrou os desafios enfrentados pela rede em relação a doação de órgãos, como a negativa da família, por exemplo. Em 2021, a negativa familiar para doação de órgãos, voltou a crescer 3% em comparação ao ano anterior.


Um dos desafios apontados foi o motivo de recusa de órgãos. Dados de 2014 a 2021 da Central Nacional de Transplantes mostra que o maior índice de recusa é por conta das condições do doador, que chega a 59% dos casos, seguido de condições dos órgãos, logística e condições do receptor.

O Fórum Internacional do Sistema Nacional de Transplantes, é promovido pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema Nacional de Transplantes e parceria com a Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) e Organização Panamericana de Saúde (OPAS).


Bruno Cassiano
Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde