Saúde e Vigilância Sanitária

Hospitais e UPAs 24h implementam boas práticas na atenção à cardiologia e urgências cardiovasculares

27/10/2021

As doenças cardiovasculares são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte no mundo, sendo que mais pessoas morrem por estas condições do que por qualquer outra causa. Para diminuir os índices de mortalidade, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2012, o “Apoio à Implementação das Boas Práticas na Atenção à Cardiologia e Urgências Cardiovasculares”. Atualmente, 150 Unidades de Pronto Atendimento 24h e 15 hospitais de todas as regiões do país recebem apoio na implementação de boas práticas.

O projeto é conduzido pelo Hcor e realizado por meio Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).


De acordo com a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e Urgência do Ministério da Saúde, Adriana Melo Teixeira, a iniciativa atua estrategicamente na qualificação da gestão de manejo clínico compreendido pelas urgências, cardiovasculares e cardiologia. "O Ministério da Saúde trabalha diariamente para qualificar e melhorar os serviços prestados pelo SUS. O apoio à implantação da Linha de Atenção em Urgências Cardiovasculares visa garantir que o paciente com Infarto Agudo do Miocárdio com supra de ST (IAM c/SST) receba a terapia de reperfusão em tempo adequado, com acesso à terapia intensiva e ao tratamento e estratificação complementares à reperfusão", explica Adriana.

O projeto é dividido em dois eixos com duração de 13 meses cada: pré-hospitalar, sendo realizado em 150 Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e em 15 hospitais de todas as regiões do Brasil. Ambos os eixos visam o apoio ao monitoramento da prática clínica em urgências cardiovasculares e a implementação de diretrizes assistenciais em síndrome coronariana aguda. No Triênio 2021-2023, o eixo Tele-ECG (eletrocardiograma) do projeto beneficiará UPA 24h da Rede de Atenção às Urgências. As instituições foram selecionadas de acordo com a localização a fim de cobrir os vazios assistenciais que existem no país.

Benefícios ao SUS

O projeto impacta diretamente na estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) e nos pacientes atendidos, o que reflete na adesão ao tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio preconizado pelas principais diretrizes e melhora nos tempos de atendimento inicial, mensurados por três indicadores. São eles: porta-ECG, momento de chegada do paciente à UPA até a realização do eletrocardiograma; porta-agulha, tempo de chegada do paciente até o recebimento do trombolítico; e o porta-balão, tempo de chegada do paciente até a realização da angioplastia. “Todos esses tempos são estabelecidos nas diretrizes nacionais e internacionais de Cardiologia, comprovando que, quanto menor o tempo, melhor o prognóstico do paciente ", afirma a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e Urgência.

Além do acompanhamento para compreender a situação de cada unidade, são feitas reuniões mensais com relatórios para as UPAs e hospitais públicos e seus respectivos gestores e sessões de aprendizagem virtual por meio de aulas online ao vivo. As capacitações são destinadas a todos os profissionais envolvidos no atendimento ao paciente com doenças cardiovasculares, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.

A líder do projeto e cardiologista do Hcor, Camila Rocon, explica que o Infarto agudo do Miocárdico pode estar relacionado à Insuficiência cardíaca, aparecimento de arritmias e AVC, o que aumenta as chances de internação e risco de morte. “Atender precocemente esses pacientes resulta em melhores resultados, menor morbidade e menor mortalidade para esses pacientes. Tempo é músculo, se diz na cardiologia. A área que deixa de ser irrigada no coração pode morrer e, se não for abordada precocemente, aquela área não volta a funcionar e o paciente poderá ter muitas complicações”, diz.

Com isso, unidades hospitales e UPAs 24h do SUS ganham em termos de redução de internação, morbidade, mortalidade e até mesmo custos. “Falamos da abordagem de uma das doenças que mais afetam a população, que mais diminuem a qualidade de vida e a perspectiva de vida desses pacientes. O nosso objetivo é que o paciente seja tratado da melhor forma no intuito de prevenir novos eventos, prevenir que ele fique incapaz, prevenir internações, prevenir gastos absurdos com medicamentos e internações, exercendo assim a medicina da melhor forma", destaca Camila.

Sobre o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.

Atualmente, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. 

Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem a necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; a qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; a gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e a melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.

Para mais informações sobre o Programa e os projetos vigentes no atual triênio, acesse aqui.

Gustavo Frasão
Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde