Para otimizar a utilização dos testes RT-qPCR para diagnóstico da Covid-19, a Coordenação Geral de Laboratórios (CGLAB) da Secretária de Vigilância em Saúde, em conjunto com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a empresa Seegene Brasil, elaboraram um plano de ação para apoiar os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) nos 26 estados e no Distrito Federal.
A ação de apoio aos laboratórios foi dividida em três etapas: na primeira, foi realizada reunião com a equipe técnica de cada Lacen e elaborado um plano de ação. Na segunda etapa, foram realizados dois treinamentos online: um, em dezembro, direcionado para os Lacen que utilizavam extração manual; e outro, em fevereiro, para os laboratórios que utilizavam a extração automatizada com o kit Seegene. Os dois treinamentos foram ministrados pelo assessor científico da Seegene Pedro Aguiar e mediado pelos consultores da CGLAB, Layssa Portela e Daniel Neto, e consultores da OPAS, Layla Galindo e Octávio Fernandes.
Desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, até fevereiro de 2021, os laboratórios de saúde pública de todo o país receberam 15 milhões de testes RT-PCR, sendo 134.848 de doação internacional. Quanto aos kits de coleta, no mesmo período foram distribuídos 9.932.570 swabs para amostras suspeitas a todos os estados e Distrito Federal, além de 8.425.900 tubos. Já foram realizados, até fevereiro, 11.010.726 testes em laboratórios públicos. A incidência de exames realizados no Brasil é de 5.214 exames por 100 mil habitantes. Em fevereiro, a média foi de 41.109 realizados.
Segundo o coordenador da CGLAB, Eduardo Filizzola, “é possível observar o empenho dos profissionais dos Lacen em todo o conteúdo apresentado durante as três etapas. Há um envolvimento para essas ações em um momento tão desafiador, como este que enfrentamos na pandemia da Covid-19”, afirmou.
Os treinamentos são parte das ações de monitoramento pós-mercado dos insumos adquiridos e distribuídos pela pasta e abordaram a apresentação dos kits; as estratégias para uso do controle interno de reações; orientações para extração manual e automatizada; e métodos para normalização e análise de resultados.
A terceira etapa da ação consistiu em realizar visitas técnicas aos laboratórios com o objetivo de acompanhar e otimizar o processo de extração e amplificação. As visitas técnicas foram realizadas aos Lacen da Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Sergipe e Ceará. Os problemas relacionados aos kits foram solucionados com as questões sobre o controle interno e a implementação das mudanças.
Dois tipos de extração - O diagnóstico molecular padrão é um processo de multietapas que envolve a extração do RNA viral, transcrição reversa seguida por PCR em tempo real. A extração consiste em uma etapa para o isolamento do RNA viral e é crucial para o sucesso de ensaios altamente sensíveis como RT-qPCR. Esta etapa pode ser realizada de forma manual ou automatizada. Já o método de extração automatizada permite o rápido isolamento e purificação do ácido nucleico de um número maior de amostras de forma mais rápida e eficiente quando comparado com o método manual.