Ministério da Saúde destaca avanços da transformação digital no Brasil em evento internacional

Reunidos em São Paulo, representantes de 32 países da América Latina e do Caribe participam do evento Relacsis 4.0 - Sistemas de Informação e Saúde Digital nas Américas. Em rede, os países dialogam sobre boas práticas em saúde digital, com ênfase no fortalecimento dos sistemas de saúde pós Covid-19, governança, financiamento, interoperabilidade de dados e protagonismo cidadão. Promovido pela Organização Pan Americana da Saúde e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o evento teve a participação virtual da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“Para o governo federal, a transição digital – em especial a saúde digital – é um componente dos mais significativos quando pensamos num processo de desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirmou a ministra. Nísia disse que a pauta prioritária é trabalhada em cooperação com organismos internacionais e há previsão de ser levada pelo país ao G20.

Durante o evento, a ministra da Saúde também falou sobre o desafio de aumentar a cobertura vacinal no Brasil e nas Américas. “Penso que, na região das Américas, é importante avançar nos registros dos sistemas para que possamos avaliar nossas políticas públicas. Retomamos a agenda com inovações importantes, como a construção da Infovia01, com a realização do Ministério das Comunicações, que está a serviço de toda a integração de unidades básicas de saúde, vinculando as unidades da Amazônia e do Pará. Faço esse destaque da Amazônia que tem importância decisiva não só para o Brasil, mas para o continente. O programa levou internet de alta velocidade para 11 municípios da Amazônia, com um cabo de fibra óptica por baixo dos rios”.

Nísia também fez uma retrospectiva sobre o pioneirismo do Brasil no tema e, como exemplo, citou o surgimento dos núcleos de telessaúde há 20 anos. Nesse âmbito, destacou a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital dentro da pasta em 2023.

“A saúde digital pode reforçar os nossos sistemas de saúde com resiliência e sustentabilidade e não é possível avançar sozinho na saúde digital, temos de fazer esse processo conectados, numa rede entre os nossos países da nossa região da América”, afirmou a secretária da SEIDIGI, Ana Estela Haddad, durante a abertura do evento.

ROTA DIGITAL DAS AMÉRICAS

Jennifer Nelson, especialista sênior do BID, falou acerca da criação de uma rota digital entre os países pan-americanos. “Imagine receber cuidado médico em um país e pegar sua receita em outro. Essa é uma das possibilidades da saúde além das fronteiras nas Américas. Nos últimos cinco anos, BID e OPAS têm trabalhado juntos em uma aliança que apoia a transformação digital de sistemas de informação para a saúde na região e hoje dialogamos sobre como criar uma rota de saúde digital que possibilitará que todas as pessoas da região tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, sem importar em que país da América se encontram”, disse. Para a especialista, o evento é uma oportunidade para que equipes técnicas trabalhem juntas na sedimentação da rota, o que irá contribuir para que o intercâmbio de dados seja seguro e oportuno.