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Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Urologia discutem ações para prevenção do câncer de pênis

14/03/2022

Para fortalecer as ações de prevenção e detecção precoce do câncer de pênis na população masculina, o Ministério da Saúde realizou, nesta sexta-feira (11), em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o I Fórum de Prevenção do Câncer de Pênis no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Cuidados primários são os principais aliados no enfrentamento da doença.

A doença pode estar relacionada a má higiene íntima, principalmente quando homens não realizam, ainda na adolescência, a cirurgia da fimose, problema causado pelo estreitamento da abertura da pele do prepúcio (pele que reveste a glande) dificultando a limpeza da região. A infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) também pode estar associada ao desenvolvimento da neoplasia.

Felizmente, grande parte dos casos de câncer de pênis podem ser identificados precocemente. “Sabemos que o câncer de pênis pode ser prevenido ou até mesmo evitado se nós pudermos atuar na base das suas causas. Por isso, qualificar a assistência na Atenção Primária será a nossa principal estratégia para o enfrentamento dessa doença”, defendeu Lana de Lourdes Aguiar Lima, coordenadora de Ciclos de Vida do Ministério da Saúde.

Para o presidente da SBU, Alfredo Canalini, os esforços devem ser direcionados para as ações de prevenção e diagnóstico precoce. "O diagnóstico precoce é sempre melhor, porque faz com que o tratamento seja menos agressivo com maior chance de cura'', destacou.

Investir em estratégias de comunicação e saúde também são importantes para promover o autocuidado e encorajar a população masculina a procurar os serviços de saúde. “O homem tem preconceito em ir ao serviço de saúde, em ir ao urologista, e esse preconceito é fruto, primeiro, de uma falta de hábito e, segundo, de desinformação. A informação é uma maneira de você dissipar o preconceito e também o medo que os homens possam ter de ir a um serviço de saúde”, complementou Canalini.

Para isso, será organizado um grupo de trabalho com representantes das instituições e outros setores da rede de assistência social e educação para a elaboração de documentos técnicos, desenvolvimento de capacitações e produção de materiais informativos à população.

A iniciativa integra as atividades previstas pelo Acordo de Cooperação Técnica firmado entre as instituições, em 2021, para os próximos dois anos. Além da ação, o Ministério da Saúde também destinou mais de R$20 milhões a estados e municípios para o desenvolvimento de ações de promoção à saúde do homem e prevenção do câncer de pênis.

Participaram do evento coordenadores estaduais de Saúde do Homem, profissionais de saúde da Atenção Primária, e representantes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Saiba como se prevenir
Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão e utilizar o preservativo durante as relações sexuais, hábito que diminui a chance de contágio de infeções sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV.

A cirurgia de fimose, também chamada de circuncisão ou postectomia, é outro fator de prevenção. O procedimento é indicado quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada, sendo geralmente realizada na infância. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Bons hábitos de higiene reduzem o risco tanto em homens que realizaram quanto nos que não realizaram a cirurgia.

Conheça os sinais e sintomas
A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também um espessamento (tumoração) ou mudança na cor da pele do pênis ou prepúcio. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser um indicativo de câncer no pênis. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor na fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido. Pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de desenvolver a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pênis traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.

Diagnóstico e tratamento
O câncer de pênis começa de forma assintomática com pequenas lesões que não se curam. Infelizmente, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecerem para procurar o médico. Grande parte dos diagnósticos acontecem quando a doença já se encontra em estágio avançado, levando a maioria dos casos a tratamentos cirúrgicos severos, como a penectomia (retirada do pênis) e emasculação (retirada do pênis, escroto e testículos), trazendo consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares (SIH), nos últimos 14 anos, foram registradas 7.213 amputações do órgão pela doença.

Por isso é importante que o diagnóstico seja realizado em estágio inicial para evitar o desenvolvimento da doença e possibilitar terapias menos agressivas. O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. Nas lesões superficiais, a realização de postectomia e tratamento local com medicamentos é possível em alguns casos. A cirurgia é o tratamento mais eficaz e frequentemente realizado para controle local da doenç


Fonte:Secretaria de Atenção Primária à Saúde