Saúde e Vigilância Sanitária

Ministério da Saúde reforça atendimento para mulheres ribeirinhas no Marajó (PA)

22/10/2021
Ministério da Saúde reforça atendimento para mulheres ribeirinhas no Marajó (PA)

Dois filhos pequenos e uma certeza: a importância da prevenção para combater o câncer de mama e de colo de útero e ver as crianças crescerem. Essa é a história da Tainara Rodrigues, uma das centenas de mulheres ribeirinhas da Ilha de Marajó (PA) que podem contar com exames preventivos para esse tipo de câncer, de 17 a 23 de outubro, em uma ação promovida pelo Ministério da Saúde.

A iniciativa, realizada por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), levou um mutirão de atendimento voltado para a saúde da mulher para o maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo. Dez médicos especializados em ginecologia e obstetrícia chegaram na região, que tem 8 dos 50 municípios entre os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, para lembrar da importância de exames preventivos para o combate ao câncer.

“Esse é um exame que pode salvar vidas. Ele é muito importante para a saúde das mulheres. A pior sensação que existe é saber que essa doença está te vencendo”, afirmou Tainara, enquanto esperava o resultado do exame preventivo na embarcação Soares de Meirelles, da Marinha do Brasil, que ocupa o porto do município de Breves nesta semana, para atender a população local.

A preocupação da dona de casa está associada a uma história de perdas e lutas contra o câncer de mama e do colo do útero. Nos últimos anos, Tainara viu a doença levar uma prima e a tia passar por mastectomia, quando a mama é retirada, para tratar a doença.

A dor de quem fica após perder uma pessoa próxima para o câncer, que ela conhece de perto, é o que fez Tainara procurar a ação do Ministério da Saúde na Ilha do Marajó (PA).

“Essa é a preocupação maior. Precisamos ficar atentas, pois temos alguém que precisa da gente. Eu vejo todo o sofrimento que minha família inteira passou. Eu vejo os filhos que ficaram, o que eles passam hoje e a falta que essas mães fazem. Essa é a importância do exame preventivo, já que nenhuma delas fazia acompanhamento”, afirmou.

Mais Brasil, menos Brasília

A história da Tainara é a realidade de muitas mulheres da Ilha do Marajó e da Região Norte como um todo. De acordo com o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, a região apresenta uma das maiores taxas de mortalidade para o câncer de mama e de colo de útero do país.

“Por isso, tivemos um olhar especial para o Marajó, uma região de difícil acesso. Essa iniciativa segue a linha do Governo Federal de ser mais Brasil e menos Brasília na atuação”, afirma.

Essa é a preocupação maior. Precisamos ficar atentas, pois temos alguém que precisa da gente. Eu vejo todo o sofrimento que minha família inteira passou. Eu vejo os filhos que ficaram, o que eles passam hoje e a falta que essas mães fazem. Essa é a importância do exame preventivo, já que nenhuma delas fazia acompanhamento - Tainara Rodrigues.

Para Câmara, que acompanhou a ação de atendimento às mulheres ribeirinhas de perto, a prevenção é o melhor remédio. “A mensagem que a gente quer passar é que as mulheres procurem o serviço de saúde. Assim, o mais rápido possível poderemos identificar qualquer lesão e tratar imediatamente. Esse atendimento começa na porta de entrada do Sistema Único de Saúde, a atenção primária”, afirmou.

A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Marinha do Brasil.

“É uma satisfação realizar esse trabalho em conjunto com o Ministério da Saúde. Essa ação mostra que trabalhamos juntos para levar a saúde, com dignidade, para toda a população que mais necessita e que mora nos rincões da nossa Amazônia. São locais de difícil acesso, em que a Marinha do Brasil consegue, através de seus navios de esperança, levar essas ações humanitárias e tão bonitas para a população ribeirinha”, afirmou o comandante do Navio de Assistência Hospitalar, Filipe Nunes.

Planejamento familiar

Em outra frente de ação voltada para as mulheres ribeirinhas da Ilha do Marajó, o Ministério da Saúde promove a capacitação de profissionais de saúde locais para inserção de dispositivo intrauterino (DIU). A iniciativa tem o objetivo de incentivar o planejamento familiar nas comunidades, além de diminuir a mortalidade materna.

Entre os médicos que foram para o arquipélago, está o ginecologista e obstetra Adriano Tavares, que atua em Brasília (DF). Ele e sua equipe foram realizar o treinamento na atenção primária. “Isso deve ficar como um legado para os municípios marajoaras. Nós informamos as mulheres sobre o método, quais as vantagens que ele traz para o dia a dia delas”, explica.

Diellica Oliveira de Carvalho, professora na zona rural do município marajoara de Melgaço (PA), foi até a unidade de saúde que estava com a ação de inserção de DIU. “Para a gente que trabalha na zona rural, precisa muito. Trabalhar grávida, com a nossa dificuldade de deslocamento, é muito difícil. Veio na hora certa para a gente”, ressaltou.

Por isso, tivemos um olhar especial para o Marajó, uma região de difícil acesso. Essa iniciativa segue a linha do Governo Federal de ser mais Brasil e menos Brasília na atuação - Raphael Câmara.

Força Pré-Natal

A saúde da mulher, especialmente durante a maternidade, também é uma das prioridades da Atenção Primária no Brasil. Por isso, o Ministério da Saúde levou a ação Força Pré-Natal do SUS para a região da Ilha do Marajó, que contempla 16 municípios ribeirinhos no Pará. A iniciativa tem o objetivo de capacitar 120 profissionais de saúde na assistência à gestante a partir da principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com médicos, enfermeiros, dentistas e técnicos de enfermagem, a abertura da capacitação contou com a presença do secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, que reconheceu a importância de fortalecer o cuidado materno na região Norte do País, onde há mais necessidade dessa assistência.

Abrace o Marajó

As ações do Ministério da Saúde na Ilha do Marajó são parte do programa Abrace o Marajó, uma iniciativa interministerial coordenada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Com um plano de ações em áreas como saúde, educação e infraestrutura, o programa traça uma estratégia para o desenvolvimento socioeconômico da região.

Dyelle Menezes
Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde