Saúde e Vigilância Sanitária

Ministério da Saúde responde às perguntas mais comuns sobre a asma

03/05/2022

Neste Dia Mundial de Combate a Asma, celebrado nesta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde responde às principais dúvidas da população em relação à Asma, doença respiratória que pode acometer pacientes de todas as faixas etárias. Dados da pasta apontam que 1,3 milhão de atendimentos a pacientes com asma foram realizados na Atenção Primária à Saúde em 2021, 231 mil consultas a mais que o ano anterior.

Confira algumas dúvidas que foram respondidas por especialistas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS):

O que é a asma?

A asma é uma doença usualmente identificada como uma doença crônica não transmissível inflamatória das vias aéreas ou brônquios, definida pela história clínica e sintomas respiratórios.

Quais são os principais sintomas da asma?

Os sintomas mais comuns são: falta de ar ou dificuldade para respirar; sensação de aperto no peito ou peito pesado; chio ou chiado no peito; tosse.

Tem como prevenir a asma?

Nem sempre. A asma pode ser detectada ainda na primeira infância, devido a fatores genéticos, mas também pode aparecer ao longo da vida, em decorrência de hábitos e estímulos externos. A utilização do tabaco, por exemplo, é um fator de risco que pode contribuir para o desenvolvimento da doença (além de agravar casos já existentes).

Qual a relação entre a asma e o cigarro?

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a fumaça do cigarro é prejudicial mesmo quando a pessoa não faz uso direto de tabaco, mas convive com pessoas fumantes - é o caso dos fumantes passivos, que podem ter aumento na inflamação dos brônquios por conta dessas situações. Além disso, o tabaco prejudica a saúde pulmonar de forma geral, e pode desenvolver ou agravar outras doenças pulmonares.

Pessoas obesas têm mais chances de ter asma?

A obsesidade é outro fator de risco para a asma (com prevalência de 25,9% na população adulta, sendo que o excesso de peso já atinge mais de 60% dos maiores de 18 anos). Ela está relacionada ao agravamento de sintomas de asma, inclusive causando hiperresponsividade brônquica, inflamações sistêmicas e níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias elevados.

Dessa forma, indivíduos obesos apresentam respostas piores ao tratamento e têm mais dificuldade para controlar os sintomas. Embora a relação de causa e efeito entre os dois agravos ainda não seja totalmente compreendida, estudos apontam que o início tardio da asma cresce de maneira expressiva quando o índice de massa corpórea (IMC) das pessoas é maior ou igual a 30.

A prática de atividades físicas ajuda a prevenir a asma?

O sedentarismo também tem influência direta sobre a asma. A inatividade física, associada às mudanças no estilo de vida atual, está diretamente relacionada ao desenvolvimento e agravamento de doenças crônicas, inclusive as respiratórias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas insuficientemente ativas fisicamente têm maior risco de mortalidade (são cerca de 3,2 milhões de óbitos em todo o mundo).

Tenho asma. Posso praticar atividades físicas?

Sim, a prática de atividades físicas é recomendável. Entretanto, pacientes asmáticos precisam de acompanhamento médico para receber orientações sobre a capacidade respiratória adequada para a execução do exercício físico desejado de forma segura.

É possível prevenir asma desde a infância?

Para prevenir a asma em bebês, a principal recomendação é incentivo ao aleitamento materno. O leite humano oferece fator protetor para evitar o desenvolvimento de problemas respiratórios em crianças.

Onde posso encontrar atendimento e assistência para a asma?

O Ministério da Saúde orienta que ao sentir os sintomas ou qualquer dificuldade respiratória não-emergencial, é indicado procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência - a Atenção Primária à Saúde (APS) ordena a rede, sendo o primeiro contato preferencial entre a população e o SUS.

Como é feito o diagnóstico da asma?

O diagnóstico ocorre a partir dos exames físico e de função pulmonar (espirometria) combinados com a história clínica do indivíduo. Em crianças de até cinco anos, apenas o diagnóstico clínico, a partir da dificuldade na realização de provas funcionais, é suficiente.

Tem tratamento para a asma?

Sim. O tratamento farmacológico consiste no uso contínuo de medicamentos com ação anti-inflamatória, chamados controladores, sendo corticosteroides inalatórios (popularmente conhecidos como “bombinhas”) os principais. O efeito broncodilatador traz alívio ao paciente asmático, e os profissionais de saúde do SUS estão aptos para ensiná-lo a usar corretamente os dispositivos.

Já o tratamento não medicamentoso inclui orientações de educação em saúde para evitar o contato com substâncias que desencadeiam crises (alérgenos); identificar os sintomas da asma; e como agir em casos de crises.

Para a coordenadora de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo, Patrícia Izetti, o estímulo ao autocuidado é uma das principais vantagens nesse nível de atenção. “Nem todas as estratégias precisam ser medicamentosas, isso depende da gravidade da asma para cada pessoa”, explica.

Laísa Queiroz
Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde