Na Argentina, ministra Nísia Trindade participa da reunião Mercosul Saúde

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa nesta quinta-feira (22) e sexta-feira (23) dos encontros sobre saúde do Mercosul, o bloco intergovernamental para desenvolvimento dos países sul-americanos. Além de reunião bilateral com a contraparte argentina, Carla Vizzotti, estão incluídas na agenda uma audiência com a comunidade brasileira que reside no país e a 52ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul. O destaque é o revezamento de países na presidência dos trabalhos do bloco no setor sanitário -  o Brasil assume a liderança com a saída da Argentina. A agenda faz parte da retomada das relações diplomáticas e do protagonismo do país no cenário global. 

Durante o evento, os representantes de cada país devem tratar de temas nos quais há um interesse comum, como a melhora dos índices vacinais, o fortalecimento dos sistemas nacionais para futuras pandemias, a assistência no âmbito da saúde mental e o impacto das mudanças climáticas na assistência aos povos do subcontinente. No encontro bilateral da ministra Nísia Trindade com a ministra Vizzotti, a prioridade foi a avaliação do risco de retorno das doenças imunopreveníveis, como a poliomielite. 

As ministras debateram como superar a hesitação vacinal, o estímulo a pesquisas conjuntas, a autossuficiência da produção de insumos nas américas, a possibilidade de um acordo de cooperação para produção de vacinas e outros temas. Os dois países compartilharam experiências sobre coberturas vacinais e a busca por simplificação dos calendários de imunização, como a introdução de vacinas combinadas, por exemplo. A incorporação de novas tecnologias como aliadas também esteve na pauta. 

Outro tema em comum, a rede de bancos de sangue e a política dos derivados de plasma incorporou as discussões na bilateral. Do lado brasileiro, destaca-se a capacidade de produzir albumina e outros derivados. A retomada do Complexo Industrial da Saúde e um prazo limite para a duração das patentes foram outros pontos da conversa. Já durante a reunião com os brasileiros radicados em território vizinho, está pautado o fluxo migratório, sobretudo em relação aos estudantes de medicina que saem do nosso país para acessar as universidades argentinas. 

Impacto das mudanças climáticas 

Na agenda da sexta-feira (23), encontro oficial dos ministros da Saúde do Mercosul, Trindade deve relembrar eixos importantes da discussão sobre Saúde no momento: o acesso equitativo à inovação tecnológica e aos avanços científicos, a articulação regional para o progresso da ciência, a expansão das capacidades produtivas de medicamentos e outros insumos, a atenção à saúde sexual e reprodutiva, além do enfrentamento às enfermidades não transmissíveis. Neste dia também deve ser assinado o acordo do Mercosul sobre Mudanças Climáticas e Saúde. 

Assim como foi aprendido durante a pandemia de covid-19, todos esses desafios exigem integração regional e cooperação com outros organismos internacionais e esta deve ser a principal marca da atuação do Brasil à frente do grupo nos próximos seis meses.