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Nota técnica traz novas orientações sobre doença de mão-pé-boca

31/05/2023

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Fotos: DGCI/Saps

Atento a possíveis surtos da doença de mão-pé-boca em municípios de todo o País, o Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS) faz um alerta a secretarias estaduais e municipais de Saúde, no âmbito da Atenção Primária à Saúde e à Atenção Especializada. As novas orientações constam na Nota Técnica nº 16/2023 (0033506310), elaborada pelo Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP), Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis (DAENT), Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI), Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis (DPNI) e Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

A doença de mão-pé-boca geralmente não é grave, mas muito contagiosa, espalhando-se rapidamente em escolas e creches. Surtos sazonais normalmente ocorrem entre a primavera e o outono. Em março de 2023, o CIEVS Nacional recebeu a notificação de surtos em municípios de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Neste último estado, até o dia 27 de abril, foram notificados 168 surtos em 62 municípios, com um total de 1.704 casos. No módulo de surto do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), entre 2017 e 2022 foram registrados surtos da doença de mão-pé-boca em Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Um vírus da família Picornaviridae causa a doença de mão-pé-boca e normalmente habita o sistema digestivo. Os vírus que mais frequentemente causam a doença de mão-pé-boca são o Enterovirus 71 e o Coxsackievirus A16. Geralmente, é uma doença autolimitada, com um curto período de incubação de 3 a 6 dias. O nome da doença se deve ao fato de que as lesões aparecem comumente em mãos, pés e boca.

Transmissão

Embora possa acometer também os adultos, a doença é mais comum na infância, em bebês que estão amamentando e menores de cinco anos de idade. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, direta ou indiretamente, por meio das fezes e secreções respiratórias, desde o período de incubação até algumas semanas após a infecção, ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro a oito semanas. O período de maior transmissibilidade é a primeira semana após o início dos sintomas.

Sintomas mais comuns

As principais manifestações da doença são: febre, erupções maculopapulares ou papulovesiculares em mãos, pés e nádegas, além de úlceras na mucosa oral e ao redor da boca. Em alguns casos, as erupções podem progredir para lesões bolhosas, amplamente distribuídas pelo corpo.

A erupção geralmente não causa coceira, caracterizando-se por manchas vermelhas planas ou ligeiramente elevadas, às vezes com bolhas com uma área de vermelhidão na base. O fluido na bolha e a crosta resultante que se forma à medida que a bolha cicatriza, podem conter o vírus.

Também podem estar presentes mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia. A complicação mais comum é a desidratação secundária à dificuldade de ingestão pela existência de lesões aftosas em cavidade oral.

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Recomendações

Em domicílios, instituições e outros ambientes de convivência em que houver um caso suspeito recomenda-se uma série de cuidados, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão; limpar e desinfetar superfícies com água e sabão tocadas com frequência e itens compartilhados, incluindo brinquedos e maçanetas; evitar o compartilhamento de utensílios pessoais, como talheres, copos, pratos, toalhas; evitar tocar olhos, nariz e boca; e evitar contato próximo com pessoas doentes.

Também é aconselhável afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas, que duram entre 5 a 7 dias.

Notificação

Casos individuais da doença não são de notificação compulsória, o que significa que não há a obrigatoriedade dos serviços de saúde e secretarias municipais informarem cada diagnóstico feito. No entanto, surtos de dois ou mais casos em uma mesma instituição ou ambiente de convivência são de notificação imediata e obrigatória.

Caso seja interesse do estado, é possível habilitar no módulo de Surto do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) o código da Classificação Internacional de Doenças, na 10ª edição (CID-10) da doença mão-pé-boca para a notificação dos casos.

A notificação pode ser feita pela Ficha de Notificação Imediata de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 0800 644 6645.

A doença de mão-pé-boca normalmente não necessita de internação, pois é uma doença leve e autolimitada. O tratamento é sintomático, com analgésicos e antitérmicos, até mesmo para os casos graves da doença. Porém, caso as feridas na boca dificultem a deglutição de líquidos, pode ser necessária a realização de hidratação parenteral. É recomendado que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem.

Nucom/Saps


Fonte:Secretaria de Atenção Primária à Saúde