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Pesquisa traça perfil de estudantes das redes pública e particular de ensino

16/09/2021

A quarta edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada com adolescentes de escolas públicas e privadas com idades de 13 a 17 anos, conseguiu identificar hábitos e cuidados de 11,8 milhões de estudantes de todo o país. O estudo é resultado de parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio do Ministério da Educação (MEC).

A pesquisa, cuja coleta ocorreu em 2019, abordou questões relativas a cuidados com a saúde dos adolescentes escolares, hábitos alimentares, atividade física e comportamento sedentário, consumo de tabaco, álcool e outras drogas, saúde sexual e reprodutiva, segurança, hábitos de higiene pessoal, saúde mental, uso de serviços de saúde, imagem corporal, entre outros aspectos.

A PeNSE 2019 reúne dados de entrevistas realizadas com estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, sendo 11,8 milhões com idade entre 13 e 17 anos. Destes, cerca de 7,7 milhões de 13 a 15 anos, e 4,2 milhões, de 16 ou 17 anos. Os meninos correspondem a 5,8 milhões (49,3%) e as meninas, 6 milhões (50,7%) do total pesquisado. Mais de 10,1 milhões (85,5%) estudavam em escolas públicas e 1,7 milhão (14,5%) em instituições privadas.

Representante do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DASNT), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), no evento de lançamento dos resultados da pesquisa, ocorrido na última sexta-feira (10), Giovanny França destacou a importância das informações epidemiológicas para a orientação e formulação de políticas públicas de saúde e serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) direcionadas aos adolescentes. “As informações produzidas pela PeNSE são fundamentais para dar visibilidade aos problemas que afetam os adolescentes e impactam no desenvolvimento de doenças e agravos”, ressaltou França.
Os dados completos da PENSE 2019 estão disponíveis aqui.

Serviços de saúde

De acordo com a pesquisa, 55,9% dos escolares afirmaram terem faltado pelo menos um dia de aula por motivos de saúde nos 12 meses anteriores à pesquisa. Além disso, 56,2% dos escolares informaram ter procurado algum serviço ou profissional de saúde nos últimos 12 meses, sendo que, na rede privada (71,4%), o percentual foi bem mais elevado que na rede pública (53,6%).
A vacinação foi o principal motivo apontado pelos escolares na última vez em que buscaram por uma Unidade Básica de Saúde (27,3%), sendo 76,1% das meninas e 49,1% dos meninos de 13 a 17 anos foram vacinados contra o HPV. Uma parcela significativa dos adolescentes não tomou a vacina (13,9%) ou não sabia se havia tomado (23,2%).

Violência sexual

Cerca de 14,6% dos escolares de 13 a 17 anos relataram que, alguma vez na vida e contra a sua vontade, foram tocados, manipulados, beijados ou passaram por situações de exposição de partes do corpo. No caso das meninas, o percentual é mais que o dobro do observado para os meninos: 20,1% contra 9,0%. Além disso, 6,3% dos escolares informaram que foram obrigados a manter relação sexual contra a vontade alguma vez na vida (3,6% dos meninos; 8,8% meninas).

Álcool, cigarro e drogas

Em 2019, 63,3% dos escolares já haviam ingerido uma dose de bebida alcoólica e 34,6% deles haviam tomado a primeira dose com menos de 14 anos. Cerca de 47% dos escolares declararam ter passado por algum episódio de embriaguez. 13% dos estudantes declararam ter feito uso de droga ao menos uma vez; 4,3% com menos de 14 anos. 5,3% relataram consumo recente de maconha e 0,6%, de crack. Quanto ao cigarro, 22,6% dos estudantes responderam ter fumado alguma vez na vida.

Saúde sexual

Em 2019, 35,4% dos escolares já haviam tido relação sexual, sendo que 63,3% deles usaram preservativo em sua primeira vez e 40,9% não o utilizaram na última relação sexual. Entre as meninas que já haviam tido relação sexual, 7,9% engravidaram alguma vez na vida.

Segurança

Cerca de 11,6% dos estudantes de 13 a 17 anos (1,3 milhão de alunos) deixaram de ir à escola porque não se sentiam seguros no trajeto da casa para a escola. Quanto ao bullying, 23% dos escolares afirmaram que se sentiram humilhados pelos colegas nos últimos 30 dias - meninas (26,5%) e meninos (19,5%). 13,2% dos escolares se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou em aplicativos.

Saúde mental

Mais da metade dos escolares (50,6%) sentiam muita preocupação com as coisas comuns do dia a dia, na maioria das vezes ou sempre. 40,9% se sentiam irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre. 30% disseram acreditar que ninguém se preocupava com eles na maior parte do tempo. Já 21,4% afirmaram sentir que a vida não valia a pena ser vivida, sendo 29,6% das meninas e 13,0% dos meninos.

Ministério da Saúde

Fonte:Ministério da Saúde