PROADI-SUS

Projeto do Ministério da Saúde capacita cidadãos de Porto Alegre a prestarem primeiros socorros em casos de parada cardíaca

24/10/2023

Aos 59 anos, a gestora de higienização Natalina Castro Rodrigues, moradora de Porto Alegre, teve uma oportunidade que nunca lhe ocorrera antes: participou de um treinamento que a capacitou a fazer manobras de ressuscitação para atender pessoas com parada cardiorrespiratória. Agora, ela integra o grupo de voluntários do projeto Cidade Cardio Protegida, uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, viabilizada por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), com colaboração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Porto Alegre. 

A proposta é reduzir o tempo de resposta para o início do suporte básico de vida em casos de parada cardíaca, por meio do acionamento, utilizando geolocalização, de pessoas voluntárias e treinadas pela equipe do projeto e do Samu, para prestar o primeiro atendimento. Para isso, a primeira turma de voluntários iniciou os treinamentos nesta semana. São alunos dos cursos da área da saúde da Faculdade Factum e participantes da população em geral, como Natalina.

"Uma professora me convidou para participar e eu aceitei, pois todo o conhecimento é importante. Foi maravilhoso. Não tinha ideia que, com quase 60 anos, eu poderia ajudar a salvar uma vida", diz a voluntária. 

Até dezembro de 2023, serão realizadas capacitações diárias, com, em média, 70 pessoas, entre profissionais da saúde e leigos. O objetivo é torná-las aptas a prestar o primeiro atendimento em casos de parada cardiorrespiratória em um raio de 500 metros de onde o paciente está, explica Fernanda Donner, líder operacional do projeto.

"Quanto mais cedo for o atendimento, maior a chance de sobrevida. O Samu da capital tem uma média de 11 minutos para chegar ao ponto de atendimento. Se o voluntário chegar em cinco, que é o cenário ideal, aumentamos a possibilidade de salvar o paciente", continua a pesquisadora.

Cidade Cardio Protegida

Pioneira no país, a iniciativa já é bem difundida e com ótimos resultados na Europa, Coreia e Japão. O programa capacitará cidadãos a prestarem o primeiro atendimento (first responder) às vítimas, por meio de massagem cardíaca. Para isso, passarão por aula prática e teórica ministradas pelas equipes do Hospital Moinhos ou do Samu. 

Após treinamento, em um sistema interligado com o Samu, os socorristas voluntários serão acionados por um aplicativo, que detectará aquele que estiver no local mais próximo do paciente. Ao mesmo tempo, uma equipe do Samu também será designada para atendimento. Em um primeiro momento, a ideia é certificar em torno de 2 mil porto-alegrenses.

Para cada minuto de espera sem manobras efetivas de compressão torácica, as chances de sobrevivência de uma pessoa em parada cardíaca reduz entre 7% e 10%. Com o início precoce das compressões torácicas, conhecidas popularmente como “massagem cardíaca”, espera-se uma melhora nos resultados de sobrevida imediata e de comorbidades pós alta dos pacientes. “A população será treinada a salvar vidas”, enfatiza Fernanda.

Hoje, Porto Alegre conta com cerca de 30 desfibriladores externos automáticos (DEA) distribuídos em locais como shoppings, colégios, academias, aeroporto, estádios de futebol, entre outros. Porém, os equipamentos não estão à disposição para que a população os utilize em casos de parada cardiorrespiratória no domicílio ou em via pública. A proposta é distribuir outros 145 desfibriladores externos automáticos (DEAs), que serão captados pelo aplicativo do projeto.

Para participar do projeto como voluntário, é preciso realizar o cadastro por meio do link abaixo. Aqueles que preencherem os requisitos básicos para a participação serão informados pela equipe do projeto sobre a disponibilidade de datas, horários e locais que ocorrerão os treinamentos.

Link para inscrição como voluntário: https://forms.gle/ktrMXXW8V2CQw9kUA 

Contato com a equipe do projeto:

WhatsApp: https://wa.me/qr/JLS62OSRYRX5L1

Email: [email protected]

Fonte:Ministério da Saúde