A assistência à saúde das crianças de Fortaleza (CE) nos primeiros mil dias de vida é um compromisso entre a gestão e os profissionais das unidades da Atenção Primária. Esse intenso cuidado, visto como oportunidade única para o desenvolvimento de todo ser humano, o que implicará no bem-estar do indivíduo por toda a vida, foi o tema de visita técnica do secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, ao município.
Em visita ao posto de saúde Dr. Gothardo Peixoto em Fortaleza (CE), Câmara acompanhou de perto como é a assistência às crianças de uma unidade que reorganizou os processos de trabalho para mudar a realidade da comunidade que atende. “No mês em que incentivamos ainda mais o aleitamento materno, pude conhecer nessa unidade um espaço voltado para orientação das mães com dificuldades na amamentação. Ver experiências como essas mostram que temos atuado no caminho certo para melhorar a saúde da população”, afirmou o secretário.
O trabalho do projeto começa com planejamento, passa por capacitação profissional, tem a atuação monitorada, obtêm melhorias significativas nos resultados para então receber a certificação de Unidade Amiga da Primeira Infância (UAPI). O projeto partiu de um cenário em que havia alto índice de mortalidade infantil, baixo número de visitas domiciliares na primeira semana de vida e quantidade insuficiente de consultas no primeiro ano de vida, sem retorno regular.
Além disso, havia suplementação de ferro e vitamina A inadequada, baixo registro de dados antropométricos na Caderneta de Saúde da Criança (CSC), significativo número de casos de sífilis congênita, alto índice de crianças atendidas na emergência que poderia ter diagnóstico passível de atendimento na atenção básica, entre outros.
Para reverter esse quadro, foi sancionado o Marco Legal da Primeira Infância em dezembro de 2020. “A legislação municipal garante para as próximas gestões municipais a consolidação de programas, ações e projetos direcionados ao desenvolvimento infantil. Dentre eles, a consolidação das UAPI. Todo o planejamento estratégico na Gestão Pública foi orientado para obter resultados que tenham impacto positivo para a primeira infância”, explicou Ana Estela Leite, secretária de Saúde Municipal.
A estratégia adota as diretrizes do Ministério da Saúde como: realizar pelo menos nove consultas de puericultura nos dois primeiros anos de vida, pela equipe da Estratégia Saúde da Família; acompanhar o crescimento infantil em todas as consultas das crianças a partir do preenchimento das curvas de crescimento na Caderneta da Criança (documento fornecido pelo MS); estimular aleitamento materno exclusivo até seis meses da criança e mantido até dois anos ou mais, além de orientar introdução da alimentação complementar saudável; entre outros.
Paula Bittar
Ministério da Saúde