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Saúde lança nova versão do botão Peso Saudável no aplicativo ConecteSUS

18/03/2022

Em alusão ao Dia Mundial da Obesidade, 4 de março, o Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), realizou um webinário internacional para discutir a obesidade e a sustentabilidade econômica para os sistemas de saúde nesta quinta-feira (17/3). Durante o encontro, a pasta focou nos impactos da condição para o Sistema Único de Saúde (SUS) e fez dois lançamentos.

Um deles foi a segunda versão da funcionalidade Peso Saudável no aplicativo ConecteSUS, que atualizou o Programa de 12 semanas para o cuidado com a obesidade, incluindo atividades sobre alimentação e a prática de exercícios físicos. O app sugere que o usuário supere obstáculos semanais, se torne mais ativo e tenha hábitos alimentares mais saudáveis. Além disso, há informações sobre obesidade, alimentação adequada e saudável, estigma e atividade física, entre outras. Para acessar o programa, clique no botão Peso Saudável.

O outro anúncio foi o da oferta de mil vagas para o curso de especialização em Atenção à Saúde das Pessoas com Sobrepeso e Obesidade, oferecido pela UNA-SUS em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O objetivo é qualificar a atuação dos profissionais da Atenção Primária, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e orientadores de atividade física, bem como os gestores de saúde para a prevenção e controle da obesidade e do sobrepeso na população que acompanham. As inscrições estarão abertas em breve.

Debate

No encontro on-line, o Ministério da Saúde também apresentou os dois primeiros fascículos do Protocolo de uso do Guia Alimentar para a População Brasileira. Um deles traz bases teóricas e metodológicas para a orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus; o outro, tem foco na orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade. Por último, lançou o folder Alimentação Saudável para Pessoas com Obesidade.

A elaboração desses materiais teve como objetivo principal reverter ou frear o cenário e prevenir novos casos a curto e médio prazos, instruindo e apoiando a atuação dos profissionais de saúde da Atenção Primária. Para isso, a orientação alimentar individualizada integrada às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira é uma estratégia a ser reforçada na rotina do cuidado.

“Todo o nosso trabalho parte do pressuposto de que a obesidade não é só uma questão individual, pois o ambiente onde estamos inseridos acaba impactando nas escolhas e oportunidades”, reconheceu a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini. Já a diretora do Departamento de Promoção da Saúde da pasta, Juliana Rezende, ressaltou a necessidade de investimentos constantes na área, reconhecendo “a importância de a Saúde dialogar com outros setores da sociedade”, especialmente o econômico.

Além disso, representantes da OCDE apresentaram dados do relatório Estudos da OCDE sobre os Sistemas de Saúde: Brasil 2021. De acordo com o documento, a população brasileira tem hábitos de consumo alimentar menos saudáveis que os dos países da OCDE, principalmente em relação ao consumo de açúcar e níveis insuficientes de prática de atividade física. Assim, considera que é urgente que o Brasil siga avançando em políticas e programas multissetoriais e estruturantes.

A líder em Nutrição do Banco Mundial, Meera Shekar, lembrou que o Brasil enfrenta a dupla carga de má nutrição, com alta prevalência de obesidade. Também destacou a multideterminação da obesidade e as medidas recomendadas para a prevenção. De acordo com ela, “a obesidade custa entre 1 e 2 trilhões de dólares por ano ao mundo, entre custos diretos e indiretos. Se não prevenirmos a obesidade, esse custo deve dobrar até 2060”.

O evento também contou com as participações da coordenadora da Unidade Técnica dos Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas e Saúde Mental da Opas, Elisa Prieto, da chefe-executiva da World Obesity Federation, Jaynayde Powis, e de diversos especialistas: Fabio Gomes (Opas), Leandro Rezende (Unifesp), Eduardo Nilson (USP), Daniela Canella (Uerj)  e Michele Cecchin (economista da Divisão de Saúde Pública da OCDE).

Contexto

No Brasil, aproximadamente uma em cada quatro pessoas maiores de 18 anos tem obesidade (25,9%) e 60,3% têm excesso de peso, o que representa cerca de 96 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2020. No entanto, dos atendimentos realizados na APS, apenas 2,72% têm como problema/condição avaliada a obesidade. 

A condição de obesidade tem importante repercussão para a saúde e a nutrição dos indivíduos, inclusive como fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Entre as pessoas com hipertensão, 33,2% têm obesidade e 70,3% têm excesso de peso. Entre aqueles com diabetes, 71,6% têm excesso de peso e 35,7% têm obesidade. Entre pessoas com hipertensão e diabetes, 73,8% têm excesso de peso e 40,8% têm obesidade. Portanto, induzir ações para a prevenção e atenção precoce e resolutiva da obesidade na APS se apresenta como estratégia efetiva e promissora para a possibilidade de reversão epidemiológica desse agravo e das comorbidades mais prevalentes.

Saiba mais

A gravação do webinário sobre os os impactos econômicos que a obesidade pode trazer para os sistemas de saúde pode ser conferida no canal da Opas no YouTube.

Mais detalhes sobre a especialização em Atenção à Saúde das Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no site do curso.

Para baixar o ConecteSUS e acessar a função Programa de 12 semanas clique aqui.

Baixe as publicações apresentadas no evento:

  • FASCÍCULO 1 - Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus: bases teóricas e metodológicas;

  • FASCÍCULO 2 Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade;

  • Folder Alimentação Saudável para Pessoas com Obesidade.


Fonte:Secretaria de Atenção Primária à Saúde