O Ministério da Saúde realizou em Boa Vista, entre os dias 24 e 26 de abril, uma oficina sobre microplanejamento e vigilância de febre amarela. O evento faz parte das ações da pasta, desencadeadas após a confirmação de um caso importado da doença no estado.
O objetivo foi fortalecer as equipes locais na implementação da metodologia de microplanejamento para aumento das coberturas vacinais locais e das medidas de controle de forma oportuna frente a casos suspeitos e confirmados de febre amarela. O microplanejamento consiste em diversas atividades com foco na realidade local, desde a definição da população alvo, escolha das vacinas, definição de datas e locais de vacinação, até a logística. A proposta é alinhar essas estratégias com gestores e lideranças locais para alcançar melhores resultados e melhorar as coberturas vacinais.
Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, também é preciso envolver outros países nas ações de enfrentamento à febre amarela. “Estamos promovendo reuniões bilaterais e ações de vacinação em áreas de fronteiras, para garantir que o Brasil não volte a ter transmissão de febre amarela”, ressalta a secretária.
No Brasil, o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942 e todas as ocorrências confirmadas desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
A vigilância da febre amarela no Brasil atua visando detectar precocemente a circulação viral, preferencialmente, ainda no ciclo enzoótico, para aplicação oportuna das medidas de prevenção e controle; reduzir o risco de transmissão da febre amarela silvestre para a população humana e diminuir o risco da transmissão urbana no país.
Deste modo, é necessário atuar de forma articulada com diferentes frentes, como as vigilâncias de casos humanos, entomológica (vetores urbanos e silvestres) e ambiental, além de ações de informação, de educação e de comunicação.
O evento foi organizado pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), por meio da Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização (CGICI), e pela Coordenação Geral de Vigilância das Arboviroses do Departamento de Doenças Transmissíveis (CGarb).
- Objetivo foi fortalecer as equipes locais na implementação da metodologia de microplanejamento para aumento da cobertura vacinal. (Foto: divulgação/MS)
Planos municipais
A capacitação contou com participação de representantes dos municípios e do estado, das equipes locais de Imunização, Vigilância, Atenção Primária e Saúde Indígena visando a continuidade das ações e para a execução da intensificação vacinal no estado voltada para a febre amarela. Diante disso, a equipe técnica do DPNI vai apoiar, entre os dias 6 e 15 de maio, o estado e municípios na confecção de planos municipais para a intensificação do microplanejamento.