MISSÃO YANOMAMI

Testes rápidos de malária começam a ser distribuídos nesta semana em Território Yanomami

10/02/2023

O combate à malária é uma ação emergencial e prioritária na missão no território Yanomami. O Ministério da Saúde começa a distribuir, a partir desta sexta-feira (10), seis mil testes rápidos para serem usados no atendimento a situação de Emergência Nacional de Saúde. A expectativa é que o número de testes seja usado durante dez dias de ações dos agentes de saúde, com a entrega de novos kits a partir do envio de novos profissionais da Força Nacional do SUS.

"Foram definidos os pontos iniciais em que haverá o uso dos testes. Serão eles: Auaris, Surucucu, Missão Catrimani, Maloca Paapiú, Kataroa e Waphuta", informa o enfermeiro e responsável pelo núcleo 5 de combate a doenças em eliminação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Alex Bauman.

O especialista explica que o plano foi elaborado pelo Centro de Operações de Emergência (COE) Yanomami, devido a importância de se diagnosticar rapidamente os casos de contaminação. "Os testes rápidos foram escolhidos devido a facilidade de uso e o peso - sendo mais leve, é mais fácil viabilizar o envio para as áreas remotas", pontua.

Ponto de apoio do Programa Nacional de Prevenção e Combate da Malária (PNCM), Brenda Coelho explica que os testes serão usados em 100% da população dos pontos definidos no Plano. "Mesmo os pacientes assintomáticos serão testados. Assim teremos uma análise mais precisa da situação nas aldeias. E o teste é simples: o agente coleta uma gota de sangue do paciente e utiliza um reagente para identificar a doença", conta.

No entanto, nos casos de pacientes com recaída no tratamento de malária, também será possível realizar o teste da Gota Espessa. "Esse é o teste padrão ouro em nível nacional, ele é mais específico nos resultados, com o número, por exemplo, de parasitas gametócitos", finaliza.

Emergência no território

Em visita à Missão Catrimani, o Secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, destacou a importância de se garantir infraestrutura e equipamentos aos agentes e indígenas alocados. O titular da pasta visitou a região nessa quarta-feira (8) e apresentou a urgência na solução dos atendimentos. "Em geral, o polo de saúde apresenta boas condições, mas é necessário intervenções na parte de logística. É uma preocupação, também, o cenário das comunidades próximas", observou. Segundo os profissionais do local, uma das comunidades não recebe visita de agentes de saúde há mais de um ano, devido a falta de estrutura para acesso.

Weibe detalha que as demandas são por telefone, internet para comunicação, infraestrutura, insumos e equipamentos. "As equipes são bem engajadas no território todo, mas relatam a falta de lâminas para os testes e monitoramento da malária, por exemplo. E a doença é uma grande demanda da região", pontuou.

Fonte:Ministério da Saúde